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Lucro líquido da aviação deve ter alta de 10,3% em 2024, chegando a US$ 25,7 bilhões, diz Iata

Apesar de melhora, associação projeta que o mercado latino-americano seguirá no vermelho no ano que vem

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Por Elisa Calmon

GENEBRA* - O lucro líquido do setor de aviação deve atingir US$ 25,7 bilhões em 2024, estima a Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata, na sigla em inglês). Ainda pressionado pelos juros altos, o montante representa alta de 10,3% em relação aos US$ 23,3 bilhões esperados até o final de 2023.

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O diretor geral da Iata, Willie Wash, afirma que a associação está “cautelosamente otimista” diante das projeções para o próximo ano. “Os números absolutos são robustos, mas as margens ainda estão abaixo dos níveis pré-pandemia e menores do que deveriam estar”, disse.

A Iata estima que a margem de lucro líquido do setor se mantenha praticamente estável ano contra ano, atingindo 2,7% em 2024 ante 2,6%, “muito abaixo do que investidores em qualquer outra indústria aceitariam”, avaliou Walsh.

O executivo destaca que, em média, as aéreas retém US$ 5,45 de lucro por cada passageiro transportado. Como pressões negativas para a rentabilidade, Walsh voltou a citar “regulações onerosas”, problemas na cadeia de suprimentos, fragmentação do setor e altos custos de infraestrutura.

Contudo, na ponta positiva, a expectativa é que a receita total do segmento aéreo some US$ 964 bilhões em 2024, 7,6% maior do que em 2023. O lucro operacional, por sua vez, deve crescer 21%, para US$ 49,4 bilhões.

Mercado latino-americano

A Iata projeta um cenário ainda desafiador para o setor de aviação na América Latina ao longo dos próximos anos. Os estudos da entidade apontam que, apesar de reduzir perdas, os números da região tendem a seguir no vermelho em 2023 e 2024.

Willie Wash, diretor geral da Iata, afirma que a associação está 'cautelosamente otimista' diante das projeções para o próximo ano.  Foto: Werther Santana/Estadão

Para este ano, a Iata calcula um prejuízo líquido de US$ 600 milhões para o mercado latino-americano, com uma margem negativa de 1,5%. Em 2024, a projeção é de uma melhora, ao reduzir o prejuízo para US$ 400 milhões e a margem líquida negativa para 0,8%.

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A entidade avalia que, se por um lado alguns mercados têm se mostrado fortes, como o mexicano, outros têm enfrentado desafios econômicos e sociais, que impactam negativamente a performance das companhias aéreas na região. Entre os exemplos negativos, está a Argentina em meio à crise política e econômica vivenciada pelo país.

*A repórter viajou a convite da Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata)

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