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Presidente do Conselho de Administração do Bradesco

Opinião|Ciclo de crescimento pode recolocar o Brasil entre sete maiores economias do mundo

A nova projeção do FMI confirma que o sonho do País de ingressar no G7 continua presente

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Foto do author Luiz Carlos Trabuco Cappi

Em um ano marcado pela sequência de ajustes para cima nas projeções da economia brasileira, informação que veio de Marrakesh, no Marrocos, durante a reunião anual do FMI, em outubro, chamou a atenção. Ao ampliar a previsão do crescimento brasileiro de 2023 para 3,1%, após iniciar o ano com estimativa de 0,9%, o órgão antecipou que o Brasil voltaria ao grupo das dez maiores economias do mundo já neste ano, ocupando a 9.ª posição, com um PIB de US$ 2,127 trilhões.

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A conclusão é de que o Brasil confirma suas muitas virtudes, entre elas, a capacidade para reagir aos cenários desafiadores com inegável e surpreendente vigor. Ao reingressar na lista das dez maiores economias do planeta, ultrapassamos a Coreia do Sul e o Canadá.

Para lembrar, entre 2010 e 2014 o Brasil se manteve como a 7.ª economia do planeta. Saiu do grupo dos 10 em meio às mudanças econômicas globais geradas pela crise bancária nos EUA, a pandemia, a guerra entre Rússia e Ucrânia, a alta da inflação e aumentos de juros nas maiores economias do planeta.

O Brasil concretizou reformas econômicas importantes nessa fase, como a trabalhista e a previdenciária. Consolidou, ao mesmo tempo, vantagens competitivas e ampliou a liderança global em diversas frentes do agronegócio e das commodities, além de preservar a força de seu mercado interno.

FMI é uma das principais instituições financeiras globais Foto: Yuri Gripas / Reuters

Segundo o IBGE, a economia deve apresentar um saldo positivo de 2 milhões de empregos formais até dezembro – semana passada, o desemprego atingiu 7,7%, a menor taxa desde 2014.

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O início da flexibilização monetária após a quebra do ciclo inflacionário e a apreciação do real frente ao dólar são mais dois fatores que justificam o desempenho acima das expectativas originais. Além disso, se consolida a agenda fiscal com o avanço das reformas tributária e fiscal, e do novo arcabouço.

Desde a queda no PIB de 2020, em consequência direta da pandemia, a economia brasileira confirma a sua característica de superação. Em junho deste ano, o Brasil registrou o oitavo trimestre seguido de crescimento.

Segundo o FMI, teremos a 8.ª posição no ranking global entre 2025 e 2028. Para 2024, devemos trabalhar para manter essa dinâmica. O Brasil guarda capacidades reprimidas que podem ser exploradas, pelos efeitos plenos da aprovação das reformas fiscal e tributária na formação de novas expectativas entre os agentes econômicos, e o cumprimento das metas de ajuste fiscal.

As surpresas de 2023 poderão ser inerciais para 2024 caso se somem medidas de modernização já engatilhadas, como os marcos de garantias e de seguros. O sonho do ingresso do País no G7 continua presente.

Opinião por Luiz Carlos Trabuco Cappi

Presidente do Conselho de Administração do Bradesco

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