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Lula não descartou reforma da Previdência, diz Mantega

Assunto desagrada ao presidente, pois teme desapontar população de baixa renda, da qual teve 70% dos votos válidos no 2º turno. Ele ainda avalia medidas

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar da resistência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em acrescentar ao pacote fiscal em debate medidas de reforma da Previdência, como a desvinculação do piso previdenciário do salário mínimo, a proposta de reforma da Previdência não está descartada. De acordo com o ministro da Fazenda, Lula "não disse nem que quer nem que não quer. Ele falou que quer examinar a fundo com o ministro da Previdência". O assunto desagrada ao presidente, pois teme desapontar população de baixa renda, da qual teve 70% dos votos válidos no 2º turno. Mantega deixou claro que não há definição no governo sobre a necessidade de envio de uma nova reforma estrutural da Previdência ao Congresso. "Vamos discutir com o ministro da Previdência qual é a saída para a Previdência", afirmou. Segundo ele, o governo analisa estudo apresentado pelo setor privado que mostra que é possível reduzir as despesas da Previdência em até R$ 50 bilhões no período de 3 a 4 anos. O ministro disse ainda que a discussão sobre a necessidade ou não de nova reforma da previdência ainda vai começar. "A discussão da Previdência ainda não começou. É uma discussão que vai começar", afirmou o ministro. Por isso mesmo, ressaltou, não está definida a desvinculação do salário mínimo dos benefícios da previdência. Mantega disse que o ministro da Previdência, Nelson Machado, também já recebeu estudo do setor privado que mostra que é possível reduzir até R$ 50 bilhões as despesas da previdência no período de três a quatro anos, apenas com mecanismos de gestão, sem a necessidade de uma reforma previdenciária. Gastos sociais e investimentos Ele afirmou também que as medidas de gestão em análise pelo governo prevêem a redução de gastos de naturezas distintas. Segundo ele, a idéia é limitar o crescimento de algumas despesas para que elas tenham um ritmo de expansão menor do que o crescimento do PIB. Outros gastos, segundo o ministro, como passagens aéreas e diárias, serão reduzidos. "Esse tipo de gasto, que não afeta o serviço público, as realizações sociais e os investimentos, serão reduzidos. Estamos fazendo um grande esforço para identificá-los", explicou o ministro. "Outros gastos de maior porte vão respeitar regras. De modo que no longo prazo o crescimento desses gastos seja menor que o crescimento do PIB e, assim, vão caindo em relação ao PIB", afirmou Mantega, que chegou há pouco ao Ministério da Fazenda. Ele passou a manhã em São Paulo, onde teve compromissos.

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