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Lula se reúne com representantes de petroleiros e movimentos sociais em meio à crise na Petrobras

Ministro Márcio Macêdo disse que presidente não abordou eventual mudança no comando da estatal, mas sim ‘papel social’ da companhia

Foto do author Bianca Lima
Foto do author Lavínia  Kaucz
Por Bianca Lima e Lavínia Kaucz (Broadcast)

BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu neste sábado, 6, em Brasília, com integrantes de movimentos sociais e sindicais e um representante da Federação Única dos Petroleiros (FUP), em meio à crise que colocou em xeque o cargo do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.

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O ministro da Secretaria Geral, Márcio Macêdo, disse após o encontro, realizado na Granja do Torto, uma das residências oficiais da presidência da República, que o conflito sobre o comando da estatal não foi abordado na reunião.

De acordo com Macêdo, a possível demissão do presidente da Petrobras também não foi tratada com os ministros do governo. “Assunto não foi tratado, não falou conosco e não falou aqui”, disse a jornalistas.

Lula se reúne na Granja do Torto com representantes de movimentos sociais. Foto: Ricardo Stuckert/PR

“Tratou-se sobre a necessidade de fortalecer conteúdo nacional, discutir papel social da Petrobras”, afirmou Macêdo. Outros pontos da discussão, de acordo com o ministro, foram a destinação do fundo de investimentos da estatal e a transformação da petrolífera em uma empresa que “seja além do petróleo, tenha alcance de empresa além de energia”.

O coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, disse na reunião que a Petrobras não deve ser “apenas uma empresa de óleo e gás, mas, sim, de energia”.

“Falamos também sobre a necessidade de a Petrobras, cada vez mais, ampliar o cumprimento de seu papel social. Isso passa, inclusive, por cuidados com o GLP, o gás de cozinha, que atinge a população mais necessitada. Destacamos ainda a importância de ampliação da capacidade de refino brasileiro e de se trazer encomendas de navios, sondas e plataformas para o Brasil, contribuindo para o processo de geração de emprego e renda no País”, afirmou em nota.

De acordo com a FUP, Bacelar falou também sobre a disputa da renda petrolífera para a ampliação de investimentos da Petrobras e aceleração das obras que estão para ser retomadas, como o segundo trem da refinaria Abreu e Lima (PE); do Polo Gaslub (RJ), o antigo Comperj; e das fábricas de fertilizantes (Fafen) no Paraná e Mato Grosso do Sul. ”Obras que precisam ser concluídas até o final do governo do presidente Lula”, diz o texto.

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‘Espancamento público’

Na sexta-feira, a FUP divulgou nota em defesa de Prates, cuja permanência no cargo tem sido questionada, em meio ao duelo público com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. A nota da categoria, porém, frisa que a decisão final caberá ao presidente da República.

“Criticamos o espancamento público que o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, está sofrendo. Reconhecemos sua atuação no fortalecimento da empresa, bem como na retomada do diálogo com a categoria petroleira. Entendemos, porém, que a decisão final será do presidente Lula”, diz a nota.

Participaram do encontro com Lula neste sábado, além da FUP, integrantes do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), União Nacional dos Estudantes (UNE), bem como representantes de setores católicos, evangélicos, juristas e bancários.

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