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Mercado espera definições na Argentina

As taxas de juros argentinas estão caindo, embora continuem altas. Ainda assim, os investidores mantêm a cautela enquanto esperam definições sobre a renegociação da dívida e os detalhes do acordo com o FMI.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os investidores brasileiros ontem cederam à melhora na avaliação de risco da Argentina, que vem sendo mais clara nos mercados de títulos da dívida externa e em Buenos Aires. Ainda assim, o clima é de cautela enquanto não surgem maiores definições. O ministro da Economia, Domingo Cavallo, afirmou que divulgará amanhã os detalhes do acordo do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que resultou no pacote de ajuda financeira de cerca de US$ 8 bilhões liberado na semana passada. Os mercados gostariam de conhecer as exigências do fundo para a retomada do crescimento econômico e as garantias oferecidas pelo governo argentino. Além disso, esperam-se detalhes da renegociação de até US$ 30 bilhões da dívida externa do país, estimada em US$ 150 bilhões. Os mercados gostaram das reuniões que vêm ocorrendo em Washington entre representantes do governo argentino, FMI, Tesouro norte-americano e principais credores internacionais. Dois grandes bancos, JP Morgan e Deutsche, já fizeram propostas de trocas de títulos. O objetivo é alongar os prazos da dívida e reduzir seu custo como forma de viabilizar o plano de eliminação do déficit público. Agora são quatro províncias que pagam seus funcionários com títulos públicos: Buenos Aires, Tucumán, Catamarca e Chubut. A prática está provocando muita insatisfação popular e protestos, mas ao menos é uma saída, ainda que provisória e drástica, para tentar implementar o déficit zero. Já que o mercado não aceita financiar o governo, empurram-se os papéis para os funcionários públicos, que não têm muita opção. Analistas consideram que se a queda na arrecadação de impostos em agosto não ultrapassar 6,5% o governo atinge os seus objetivos. Outro dado a se comemorar é que as quedas nas reservas bancárias foram ao menos temporariamente revertidas, e as reservas internacionais, que ainda apresentam queda, estão caindo mais lentamente. E os juros internos, especialmente do overnight entre bancos, que chegaram a 150% ao dia em julho, ficaram entre 3,5% e 5,5% ao dia ontem. Em suma, a situação ainda é muito delicada, mas começam a aparecer alguns dados positivos. Se o governo argentino conseguir efetivamente zerar o déficit e renegociar uma parcela significativa da dívida externa em condições favoráveis e, especialmente, se a economia voltar a crescer, os investidores podem reavaliar o pessimismo atual. Também ajudaria se os Estados Unidos superassem o período de estagnação e voltassem a crescer a taxas vigorosas. Nos próximos dias podem mais números positivos. Enquanto nada disso se confirma, impera a cautela. Copom divulga ata No início da manhã, a divulgação da ata da última reunião mensal do Comitê de Política Monetária (Copom), encerrada na quarta-feira da semana passada, informou que a manutenção da Selic, a taxa referencial da economia, em 19% ao ano, sem colocação de viés, foi decidida por unanimidade pela diretoria do Banco Central. Segundo a ata, o Comitê avaliou que se por um lado a desaceleração da atividade econômica exerce uma pressão de baixa sobre a previsão de inflação "ainda a ser confirmada", por outro lado o aumento do núcleo de inflação nos últimos meses e os riscos ainda existentes de pressões para repasse da depreciação do câmbio para a inflação recomendam "cautela na administração da política monetária". O núcleo de inflação é o cálculo que exclui ou atribui menor peso na composição do índice dos aumentos sazonais e circunstanciais, provocado por fatores temporários ou casuais. Diante dessa avaliação, o Copom concluiu que a política monetária encontrava-se adequada para assegurar "a convergência da inflação às suas metas". Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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