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Mercados: perspectivas para a próxima semana

O acordo entre o Brasil e o FMI e o cenário político no País devem ser os principais assuntos no mercado financeiro na próxima semana. O clima de cautela deve permanecer nos negócios, sendo que o grau de instabilidade vai depender dos fatos novos em relação a esses assuntos.

Por Agencia Estado
Atualização:

O encaminhamento do acordo entre o Brasil e o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o cenário político devem ser os principais assuntos no mercado financeiro na próxima semana. O clima de cautela deve permanecer nos negócios, sendo que o grau de instabilidade vai depender dos fatos novos em relação a esses assuntos. O departamento de pesquisa do Deutsche Bank destacou hoje em seu relatório mensal, segundo informou o correspondente João Caminoto, que um "anúncio concreto de apoio do FMI" traria um alívio para os mercados nesse momento. Porém, o relatório informou que essa melhora seria temporária devido a alguns fatores econômicos do Brasil. São eles: "os crescentes pagamentos de amortização dos títulos públicos até o final de 2003 (R$ 285 bilhões); as maiores dificuldades para este governo e o próximo (para qualquer vencedor) de manter condições de sustentabilidade da dívida (taxas de juro real mais baixas, maior crescimento econômico e/ou política fiscal mais rigorosa); e piora nas perspectivas dos influxos de capitais diante do cenário de maior aversão ao risco entre os investidores globais". Ou seja, mesmo que o País consiga recursos do Fundo, o que acalmaria os investidores durante algum tempo, existem condições negativas na situação do endividamento brasileiro que impedem a sustentação de um cenário positivo. Após um período de calmaria, as empresas e o governo voltariam a encontrar dificuldade para captar recursos no exterior e financiar suas dívidas, o que poderia provocar novas altas para o dólar e influenciar os demais ativos. Isso significa que o investidor deve continuar cauteloso em relação à escolha das suas aplicações. Deve, primeiramente, analisar o período em que seus recursos podem ficar investidos. Quanto menor esse prazo, mais conservadora deve ser a aplicação. A tolerância ao risco também deve ser levada em conta na hora da escolha do investimento. Política As incertezas em relação ao cenário político contribuem para novos períodos de instabilidade, principalmente porque o próximo governo, seja ele qual for, terá uma difícil tarefa pela frente: administrar a elevada dívida pública do País, que já representa 58% do Produto Interno Bruto (PIB). O fato é que a associação desses dois fatores tem pesado de forma significativa no comportamento dos mercados e todas as análises apontam para a permanência de tais preocupações nas próximas semanas. E, para o próximo domingo, está marcado o primeiro debate entre os presidenciáveis. Cenário externo Os bancos uruguaios reabrem na segunda-feira, após quatro dias de feriado bancário esta semana. Já se sabe que haverá restrições de saques, assim como ocorreu na Argentina. O país também aguarda uma posição do FMI a respeito de um pacote de ajuda financeira. De acordo com reportagem do editor Vladimir Goitia, se o Uruguai não receber os recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do G-7 (US$ 700 milhões e US$ 800 milhões, respectivamente) o presidente se verá obrigado a limitar os saques dos bancos público e privados, já que o BC não tem como enfrentar uma nova corrida aos bancos. Veja no link abaixo mais informações sobre os assuntos e não deixe de ver as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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