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Grife enfrenta protesto após bilhetes em roupas sobre trabalho escravo

Na abertura da nova loja em Berlim, manifestantes pediram providências para melhorar condições de trabalho nas fábricas terceirizadas da rede holandesa Primark

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Por Redação
Atualização:
Protesto contra condições de trabalho nas fábricas terceirizadas da Primark Foto: EFE

BERLIM - Milhares de consumidores em busca de ofertas de roupas com desconto compareceram à inauguração de uma nova loja da rede holandesa Primark, em Berlim, apesar de um protesto de ativistas contra a empresa após denúncias de trabalho escravo na rede de fornecedores.

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Esta semana, três consumidoras anunciaram ter encontrado bilhetes de supostos trabalhadores escravos em etiquetas e no bolso de roupas compradas nas lojas da Primark.

A Primark, empresa da Associated British Foods, está acelerando o ritmo de sua expansão na Europa, onde já tem 274 lojas, e em abril anunciou que pretende abrir a sua primeira loja em Boston, nos Estados Unidos, no final de 2015. 

A rede Primark abriu sua primeira loja em Dublin em 1969, com o nome de Penneys, e vem crescendo desde então na Europa com a estratégia de roupas a preços populares.

A empresa tem atraído críticas por causa das condições de trabalho nas fábricas de seus fornecedores, especialmente depois que mais de 1,1 mil pessoas morreram no ano passado no desabamento de uma fábrica em Bangladesh, onde as roupas eram produzidas com marcas como a Primark.

Wolfgang Krogmann, executivo chefe da Primark na Alemanha, rebateu as críticas dos manifestantes dizendo que os bilhetes com denúncias sobre trabalho escravo podem ter sido "uma brincadeira". Ele garante que a empresa controla rigidamente as condições de trabalho nas fábricas.

"Noventa e oito por cento das fábricas são compartilhadas com outras marcas que produzem para os nossos concorrentes. A diferença com a gente é que nós cobramos um preço especialmente baixo para o mesmo produto", disse ele a jornalistas.

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O primeiro-ministro irlandês Enda Kenny, que cortou a fita antes de compradores invadissem a loja, disse que estava orgulhoso do sucesso da Primark e convencido por seu compromisso com padrões éticos.

A multidão do lado de fora da nova loja na praça Alexanderplatz não foi dissuadida pelo protesto. Manifestantes seguravam cartazes com slogans como "Crime-ark" e "Moda matadora".

Berndt Hinzmann, do grupo alemão Inkota Network, um dos organizadores do protesto, disse que não defende o boicote à marca para não causar desemprego nas fábricas, mas defendeu que as empresas devem reconhecer os problemas e adotar mudanças estruturais para melhorar as condições de trabalho. 

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