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Quem é Rodolfo Landim, indicado para o conselho da Petrobras

Hoje presidente do Flamengo, Landim é ex-funcionário de carreira da Petrobras, e chegou a presidir a BR Distribuidora, de 2003 a 2006; engenheiro também é próximo de Bolsonaro e pode influenciar na política de preços da estatal

RIO -O governo indicou Rodolfo Landim para substituir o almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira na presidência do conselho de administração da Petrobras. O empresário é duplamente reconhecido por ser presidente do Flamengo e por sua carreira no setor de petróleo. A tudo isso se soma sua proximidade com o presidente da República, Jair Bolsonaro

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Ex-funcionário de carreira da Petrobras, o engenheiro chegou a presidir a BR Distribuidora, de 2003 a 2006, no governo Lula. Ele deixou a estatal para assumir cargos de liderança nas empresas do Grupo X, de Eike Batista, com quem tem uma longa rixa, inclusive na Justiça. Landim cobra uma participação acionária no controle das empresas de Eike, que teria sido combinada, mas ignorada, segundo ele.

Em carreira solo, o empresário criou sua própria petrolífera, a Ouro Preto, vendida em 2020 para que se dedicasse exclusivamente ao clube rubro-negro. Já no Flamengo, Landim teve sua carreira marcada pelas negociações de indenização das famílias que tiveram os filhos mortos no incêndio no alojamento do time, o Ninho do Urubu, em 2019. 

Indicação para a Petrobras

A indicação do empresário ao cargo foi oficializada pela Petrobras em fato relevante divulgado na noite de sábado, 5, no qual informa os nomes dos candidatos ao colegiado sugeridos pelo Ministério de Minas e Energia

Se eleito pelos acionistas em assembleia, no próximo mês, o empresário pode ter grande influência sobre a política de preços dos combustíveis, que tanto desagrada a Bolsonaro. 

O esperado é que o nome seja aprovado na Assembleia Geral Ordinária (AGO) marcada para 13 de abril, já que o governo federal é o sócio majoritário e possui o maior número de votos entre os acionistas.

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Rodolfo Landim; se eleito pelos acionistas para a presidência do conselho da Petrobras, o empresário pode ter grande influência sobre a política de preços dos combustíveis, que tanto desagrada a Bolsonaro Foto: Jorge Adorno/Reuters - 5/11/2019

A Petrobras confirmou a indicação e divulgou no sábado os nomes dos 14 candidatos indicados pelo governo para os conselhos de administração e fiscal da companhia. 

 A lista de candidatos para o conselho deaAdministração inclui Rodolfo Landim, indicado para a presidência, além do atual presidente da petroleira, Joaquim Silva e Luna, Carlos Eduardo Lessa Brandão, Luiz Henrique Caroli, Márcio Andrade Weber, Murilo Marroquim de Souza, Ruy Flaks Schneider e Sonia Julia Sulzbeck Villalobos.

 Para o conselho fiscal, os indicados do Ministério de Minas e Energia são Agnes Maria de Aragão da Costa como titular, tendo Marisete Fátima Dadald Pereira como suplente, e Sérgio Henrique Lopes de Sousa para titular, tendo Alan Sampaio Santos como suplente, enquanto os representantes do Tesouro Nacional são Janete Duarte Mol para titular e Otavio Ladeira de Medeiros como suplente.

 Os nomes foram listados pela Petrobras em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Pressão sobre política de preços de combustíveis

A mudança no conselho da Petrobras acontece num momento de muita pressão sobre o presidente da companhia, Joaquim Silva e Luna, por conta dos preços dos combustíveis, que, apesar de elevados, não estão acompanhando as oscilações internacionais do petróleo, provocadas pela guerra na Ucrânia. 

O general também teve o nome indicado para o conselho, o que é uma condição para a sua permanência como presidente executivo, prevista no estatuto da empresa. 

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Luna tem seguido a política de Preço de Paridade de Importação (PPI) criada em 2016, durante o governo de Michel Temer. Por ela, a estatal reajusta os preços dos combustíveis em linha com os mercados internacionais. E isso tem sido feito, só que em intervalos maiores de tempo do que os adotados pelos presidentes da Petrobras que o antecederam. 

Como o petróleo está disparando, a expectativa é de que, no Brasil, também dispare. A Petrobras, no entanto, mantém os valores de refinaria intactos desde 12 de janeiro, à espera ainda de uma sinalização de que a cotação do petróleo e dos seus derivados atingiram um patamar definitivamente mais elevado, independente de fatores conjunturais.

A manutenção dos preços ajuda Bolsonaro, pré-candidato à reeleição. Mas não poderá ser mantida a longo prazo, para não corroer o caixa da companhia. Tem sido grande a pressão sobre a empresa.

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