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Mais Grécia

Um leitor argentino, comentando um post meu sobre a Grécia deixando o euro, observa que a Argentina, além de permitir uma queda do peso, também deu calote em sua dívida e estabeleceu restrições temporárias às retiradas de dinheiro nos bancos. De fato. Alguma coisa similar teria de ser vista para uma saída do euro ocorrer.

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Por Paul Krugman (The New York Times)
Atualização:

Mas tenha em mente que a primeira parte do comentário já é algo previsto: todos sabem que a Grécia não vai resgatar sua dívida totalmente. O problema é que mesmo que o país não reembolse sua dívida, ainda assim ele enfrentará o problema de os salários e preços não acompanharem os principais países da zona do euro. Assim, quando o calote não for suficiente, o que você faz é uma desvalorização.

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Quanto ao segundo ponto, o principal argumento contra a possibilidade de uma ruptura do euro tem sido exatamente de que qualquer alusão a uma saída desencadearia a maior de todas as corridas as bancos já vistas. Como essa saída poderia então ocorrer? Eu afirmei há algum tempo que ela teria que ocorrer no contexto de uma crise bancária que obrigasse a um fechamento temporário dos bancos - alguma coisa no estilo do corralito argentino - em qualquer caso.

É por isso que acho difícil que algum governo europeu tome uma decisão solene, deliberada, de deixar o euro. Mas posso ver facilmente como os eventos podem levar a uma situação em que a saída do euro poderá se tornar a opção menos ruim.

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