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Merkel culpa ricos por desemprego de jovens na Europa

Chanceler concedeu entrevista exclusiva a alguns jornais do bloco monetário

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Atualização:

Não há medida de austeridade capaz de fazer o desemprego na área do euro ceder. Está na casa dos 12,1%. Entre os jovens, o índice passa dos 50% em vários países. E a 90 dias de tentar se reeleger para um terceiro mandato, a chanceler da economia mais sólida do grupo, a Alemanha, resolveu finalmente tocar na ferida - embora tenha sido pouco esclarecedora.

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Em entrevista exclusiva a alguns jornais do bloco monetário, Angela Merkel responsabilizou cidadãos ricos e países mal geridos pela situação.

Os trabalhadores recém-egressos das universidades nos chamados Piigs são os que mais sofrem. Em Portugal, 42,1% estão desempregados; na Irlanda, 26,3%; na Itália, 38,5%; na Grécia, 59,2%; e na Espanha, 56,5%. O infográfico abaixo, elaborado pelo Guardian e republicado pelo El País, mostra bem o panorama atual do problema na Europa. Basta clicar para ampliá-lo.

 Foto: Estadão

Leia alguns pontos destacados pelo Radar Econômico da entrevista publicada pelo El País:

Desemprego juvenil.

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"É o problema mais urgente da Europa agora. E os alemães, desde a reunificação, têm experiência para reduzir efetivamente o desemprego por meio de reformas estruturais. Agora podemos trazer essa experiência".

Direito dos trabalhadores.

"Não é prudente, por exemplo, que alguns países tenham uma legislação trabalhista mais flexível para jovens e não tenham para os adultos, que trabalham desde sempre. Em tempos econômicos difíceis, isso incentiva o desemprego juvenil."

Investimento em tecnologia como solução.

"Deveríamos buscar um procedimento uniforme para toda a União Europeia para o estabelecimento de empresas de Tecnologia da Informação, no lugar dos 27 regimes administrativos de âmbito nacional. Isto animaria investidores mundiais a vir para a Europa."

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O poder dos protestos juvenis.

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"Quando há defeitos, é tarefa dos políticos buscar soluções. O índice de desemprego entre os jovens em alguns países é muito alto por muitos anos e agora, com a crise, voltou a aumentar. Num continente envelhecido, é uma situação insustentável. Não deve haver geração perdida."

A culpa é dois ricos?

"Lamento muitas vezes ser justamente quem não tinha nada a ver com esses erros, os jovens e os pobres, que mais sofram as consequências. Muitas vezes, as pessoas com dinheiro saem de seus países ou têm outras possibilidades de se proteger. Ricos nos países mais afetados pela crise poderiam ser muito úteis se houvesse maior comprometimento. É lamentável que as elites econômicas tenham tão pouca responsabilidade com esta situação deplorável."

Más administrações.

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"Outro fator igualmente importante é a competitividade do país, sua estrutura industrial, sua administração eficiente. Nota-se que existe forte desfasamento entre a evolução de salários e a produtividade. Tudo isso ficou claro na Europa com o impacto da crise. Ficou claro que as coisas não poderiam continuar assim."

Leia a íntegra da entrevista de Angela Merkel clicando aqui.

 

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