PUBLICIDADE

Publicidade

Relator do Orçamento revisa números para 2023 e considera gastos extras de R$ 168 bi com a PEC

Relatório de receitas e despesas leva em conta recursos da PEC da Transição, que ainda precisa passar pela Câmara; peça orçamentária pode ser votada só em 2023

Foto do author Iander Porcella
Foto do author Amanda Pupo
Foto do author Marlla Sabino
Foto do author Eduardo Gayer
Foto do author Lavínia  Kaucz
Por Iander Porcella (Broadcast), Débora Alvares , Amanda Pupo (Broadcast), Marlla Sabino , Eduardo Gayer , Lavínia Kaucz (Broadcast) e Bruno Luiz

BRASÍLIA - Relator-geral do Orçamento de 2023, o senador Marcelo Castro (MDB-PI) apresentou na segunda-feira, 12, o seu relatório com a previsão de R$ 6,8 bilhões para o aumento real do salário mínimo – promessa de campanha do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva – e mais verbas para ministérios como Saúde, Educação e Ciência e Tecnologia, além de reforço a programas sociais.

O parecer leva em conta os R$ 168 bilhões extras previstos na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição – que, depois de ter passado no Senado, ainda precisa ser aprovada na Câmara. A expectativa de Castro é de que seu relatório seja votado na Comissão Mista de Orçamento (CMO) na quinta-feira, e analisado em plenário na semana que vem – mas o relator já admite que a votação pode ficar para 2023.

Senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator-geral do Orçamento de 2023 Foto: REUTERS / REUTERS

PUBLICIDADE

Castro revisou os números do parecer final em relação ao que havia divulgado mais cedo, como o reforço de verbas para a Educação, que caiu de R$ 11,2 bilhões para R$ 10,8 bilhões, e para o Desenvolvimento Regional, que foi R$ 9,5 bilhões para R$ 18,8 bilhões. O senador manteve o reforço de R$ 22,7 bilhões para a Saúde e a previsão de recursos para o aumento real do salário mínimo, cujo valor deve ficar em R$ 1.320.

O senador manteve os R$ 75 bilhões a mais para o Ministério da Cidadania, que ficará responsável pela execução do novo Bolsa Família (atual Auxílio Brasil). Já a recomposição de verbas para a Defesa aumentou de R$ 500 milhões para R$ 1 bilhão.

O reforço de verba para o Ministério da Economia se manteve em R$ 1,75 bilhão; o da Justiça e Segurança Pública continuou em R$ 800 milhões; o do Ministério do Trabalho e Previdência ficou em R$ 400 milhões; o das Comunicações continuou em R$ 126,4 milhões; para o Meio Ambiente, se manteve em R$ 536 milhões; para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, ficou em R$ 250 milhões; para o Banco do Brasil, continuou em R$ 10 milhões; para a Presidência da República, se manteve em R$ 35 milhões; para os encargos financeiros da União, caiu de R$ 5,75 bilhões para R$ 5,6 bilhões; para o Turismo, foi de R$ 3,7 bilhões para R$ 4,1 bilhões.

O senador considerou no relatório o texto da PEC aprovado no Senado, que expande em R$ 145 bilhões o teto de gastos – regra que limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação, e R$ 23 bilhões para investimentos fora da regra fiscal mediante receitas extraordinárias. A proposta inicial previa uma expansão do teto de R$ 175 bilhões, mas o valor acabou sendo reduzido para que tivesse apoio no Senado.

Com o aumento do teto proposta pela PEC, os R$ 105 bilhões já previstos no Orçamento para o Auxílio Brasil ficariam livres. Porém, R$ 30 bilhões serão usados para complementar o programa, recompondo o valor “perdido” na tramitação do Senado, deixando um espaço de R$ 75 bilhões, além dos R$ 23 bilhões para investimentos, que o relator redirecionou aos ministérios.

Publicidade

Adiamento

Diante de impasses na tramitação da PEC da Transição na Câmara, Castro admitiu a possibilidade de a votação do Orçamento no Congresso ser adiada. “A votação do Orçamento pode ficar para ano que vem, mas não é conveniente”, afirmou o senador. “Possibilidade sempre há”, acrescentou o senador, que disse esperar da Câmara a mesma “sensibilidade” do Senado.

Ex-ministro e integrante do grupo de economia na transição, Nelson Barbosa disse ontem que a expansão do teto em R$ 145 bilhões “contempla as principais preocupações” do futuro governo.

Investimentos

O destino dos R$ 23 bilhões para investimentos estavam sob revisão e podem sofrer alterações, já que o relator dará uma coletiva hoje para detalhar seu parecer. A princípio, são R$ 3,5 bilhões para execução direta do Ministério do Desenvolvimento Regional; R$ 1 bilhão para a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf); R$ 500 milhões para o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs); R$ 2,75 bilhões para melhorias viárias; R$ 2,75 bilhões para desenvolvimento local sustentável; R$ 500 milhões para investimentos no Esporte; R$ 10 bilhões para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit); R$ 1 bilhão para investimento no Ministério da Agricultura; R$ 500 milhões para o Turismo; e R$ 400 milhões para investimentos do Ministério da Cidadania.

Os recursos para o Minha Casa Minha Vida ficarão em R$ 9,5 bilhões, dentro do teto de gastos. Esse será o valor a mais destinado ao Ministério do Desenvolvimento Regional com a ampliação do teto.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.