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Renault anuncia investimento no País e para produção para ajustar estoque

Automóveis. Visita do presidente mundial da Renault/Nissan, Carlos Ghosn, para anunciar investimento de R$ 500 milhões na fabricação de dois novos modelos no País até 2019, coincide com decisão de deixar de produzir 4,4 mil carros na próxima semana

No mesmo dia em que anunciou um novo plano de investimentos para a fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná, de R$ 500 milhões para a produção de dois novos veículos, a Renault informou ontem que a produção de automóveis e de motores da unidade será totalmente paralisada na próxima semana.Os 4 mil funcionários dos dois setores ficarão em casa entre os dias 22 e 25, esticando a parada do feriado da Páscoa e Tiradentes. Segundo a empresa, a medida é para adequação de estoques. A queda das exportações para a Argentina é uma das justificativas para a interrupção da produção. No período, deixarão de ser produzidos 4,4 mil modelos Duster, Logan e Sandero, além de 5,6 mil motores. Desde o começo de abril, a Renault opera com apenas um dos dois turnos na unidade de automóveis, o que reduziu a produção diária de 1,3 mil para 1,1 mil carros. Em meio a estoques elevados e queda nas vendas no setor como um todo, o presidente mundial da Renault/Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, anunciou ao governador do Paraná, Beto Richa, o novo aporte de R$ 500 milhões para o período 2014 a 2019. O grupo também vai construir um centro de distribuição de peças, com aporte de R$ 240 milhões em dez anos. O programa anterior de investimentos, no valor de R$ 1,5 bilhão entre 2010 e 2015, foi antecipado em quase dois anos e já foi concluído. "Desde 2011 o Brasil é o segundo maior mercado da marca depois da França e está entre as prioridades estratégicas de crescimento mundial do grupo", afirmou Ghosn.O executivo não deu detalhes sobre os novos modelos, mas, segundo antecipou o Jornal do Carro na quarta-feira, trata-se da picape do utilitário-esportivo Duster e o crossover Captur. Na terça-feira, Ghosn inaugurou no Rio a primeira fábrica independente da Nissan no País, com capacidade para 200 mil carros ao ano, com investimento de R$ 2,6 bilhões. Hoje, a marca japonesa opera em conjunto com a Renault no Paraná. Na ocasião, Ghosn classificou o crescimento econômico do Brasil como "decepcionante" e previu que o setor automotivo ficará estagnado neste ano e em 2015, voltando a crescer só a partir de 2016. "Não estamos investindo para os próximos seis meses, mas para os próximos dez anos", ressaltou ele. Estoques. Montadoras e concessionárias encerraram março com 387,1 mil veículos em estoque, o equivalente a 48 dias de vendas. A média é a mais alta desde novembro de 2008, no auge da crise financeira internacional, quando chegou a 56 dias.As vendas de veículos no trimestre caíram 2,1% em relação ao mesmo período de 2013 e a tendência é de aumento desse porcentual no quadrimestre. Desde fevereiro, 11 das 20 montadoras de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus do País anunciaram ações para reduzir a produção, como férias coletivas, suspensão temporária de contratos de trabalho (lay-off) e programa de demissão voluntária (PDV). As medidas envolvem cerca de 19 mil trabalhadores diretos.Fabricantes de autopeças também começam a adotar ações de corte de produção. No ABC paulista, a Karmann-Ghia colocou em lay-off 300 dos 560 funcionários e a IGP deu férias aos 400 trabalhadores. Em São Paulo, ações semelhantes estão sendo adotadas nas autopeças.

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