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Sadia espera decisão da UE para definir local de nova unidade

Grupo aguarda europeus decidirem se vão embargar áreas para exportação de carne no País

Por Agnaldo Brito
Atualização:

Grupo aguarda europeus decidirem se vão embargar áreas para exportação de carne no País A Sadia adiou para janeiro a escolha da cidade que receberá a segunda unidade de abate de bovinos da empresa. O anúncio estava marcado para ontem, mas a empresa decidiu aguardar o pronunciamento da União Européia (UE) sobre novas áreas embargadas - que não poderão abastecer frigoríficos autorizados a exportar para o mercado europeu. Um problema com o sistema de rastreamento de bovinos, conhecido no Brasil como Sisbov, fez a União Européia avaliar os embargos de regiões produtoras. A Sadia tem algumas opções de local nos Estados de Mato Grosso e Goiás, mas só vai optar depois de conhecer as regiões bloqueadas pela União Européia. O investimento na unidade será de R$ 100 milhões e a previsão é construir um frigorífico com capacidade para abate de 2 mil cabeças por dia. "Não podemos correr o risco de definir a localização de uma unidade e depois receber a informação de que a região no entorno estará embargada como fornecedora", disse Walter Fontana, presidente do conselho de administração da Sadia. Os frigoríficos autorizados a exportar para o mercado europeu só podem receber animais de áreas habilitadas. A restrição de área de fornecimento afeta o equilíbrio econômico da operação, ou reduzindo forçosamente as escalas de abate ou obrigando as empresas a buscarem animais fora da área de produção, o que eleva os custos. Os planos da Sadia no mercado de bovinos têm limites, disse Fontana. Além da unidade de Várzea Grande (MT) e a nova planta em Mato Grosso ou Goiás, a empresa quer ter mais um frigorífico, também com capacidade para abater 2 mil animais por dia. No total, a Sadia considera uma estrutura para abate de 6 mil bois por dia. A empresa anunciou também ontem a construção de uma terceira unidade de abate de aves (frangos e perus) em Mato Grosso, agora em Campo Verde. A construção deve começar em 2008, mas o investimento ainda não está todo calculado. O que se sabe, disse Fontana, é que a unidade terá capacidade para abater entre 300 mil e 350 mil frangos por dia. Será menor do que a unidade de Lucas do Rio Verde (GO), unidade que custará R$ 800 milhões e terá capacidade para abater 500 mil frangos por dia, além de uma planta de suínos. A produção começa em 2008. Para a nova unidade, a Sadia quer desenvolver uma rede de fornecedores de frangos, os chamados produtores integrados, numa região próxima a Cuiabá, onde a Sadia também tem uma unidade de abate de frangos. CRESCER A Sadia deve concluir o ano com investimento total de R$ 1 bilhão. Esse será o novo patamar de investimento da empresa a partir de agora. No próximo ano, a previsão é que o aporte, em novas operações no Brasil e fora do País, atinja a marca de R$ 1,6 bilhão. O plano da empresa é dobrar o faturamento em cinco anos. A Sadia só consegue isso se crescer a receita em 15% ao ano. Em volumes, a expectativa é que a operação cresça entre 12% e 14%. Como o objetivo é reforçar o portfólio de produtos com maior valor e ampliar a abrangência da marca Sadia nos mercados interno e externo, Fontana acredita que, mesmo com crescimento de volume inferior a 15%, a empresa conseguirá alcançar esse alvo e duplicar o faturamento. Com isso, a Sadia acha que não perderá a liderança do setor de frangos e suínos para a Perdigão, como vem sendo cogitado depois que a Perdigão anunciou a compra da Eleva. "Até agora, não tenho a informação de que perdemos a liderança", disse Fontana.

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