BRASÍLIA - O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, disse ao Estadão que está seguro de que a alta do IPCA, índice oficial de preços, será passageira e que o índice terminará ano dentro da meta de inflação, com o trabalho do Banco Central e o avanço da agenda de reformas.
Para ele, a inflação mais alta, divulgada nesta quarta-feira, 8, reforça a necessidade de “ancoragem” das expectativas do lado fiscal (contas públicas) da economia e de avanço na agenda de reformas pró-mercado. “A agenda de privatizações e concessões e abertura econômica é um poderoso estímulo ao aumento da concorrência, melhora da eficiência econômica e redução de preços ao consumidor”, ressaltou.
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A inflação surpreendeu em maio e ficou mais alta do que o esperado. O IPCA apresentou alta de 0,83% em relação ao mês anterior, no maior resultado para o mês em 25 anos. A média esperada era de 0,71%. Em 12 meses, a inflação está rodando em 8,06%.
O secretário disse que o processo de consolidação fiscal produz o ambiente necessário para ancorar expectativas e manter estável a trajetória inflacionária. Ele contestou a avaliação de que a inflação mais alta facilita o ajuste fiscal ao turbinar as receitas. “Inflação não ajuda, sempre atrapalha. No médio prazo, isso tudo é perdido com uma estrutura produtiva prejudicada pela inflação e pela indexação dela decorrente”, justificou. Sachsida disse que a inflação vai ceder com o governo “fazendo a sua parte”.