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Seminário discute relações entre Brasil e EUA

Por Agencia Estado
Atualização:

Políticas protecionistas e outros temas polêmicos e fundamentais para o futuro das relações entre o Brasil e os Estados Unidos vão ser debatidos por especialistas brasileiros e americanos, em seminário que Agência Estado, The Wall Street Journal Americas e o Conselho das Américas promovem no dia 8 de agosto, em São Paulo. Face a face O seminário "Brasil e Wall Street: Face a Face", dará oportunidade de discutir os critérios usados pelos grandes bancos de investimentos americanos nas avaliações sobre o Brasil. O evento será dividido em dois blocos - comércio e mercado financeiro. Entre os palestrantes estarão personalidades como os professores Albert Fishlow e Gesner de Oliveira; o ministro da Agricultura, Marcus Vinicius Pratini de Moraes; o secretário-geral da Unctad (Organização das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento), Rubens Ricúpero; e o economista Paulo Leme. O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, encerrará o evento com uma análise sobre a economia brasileira. Comércio No primeiro bloco do seminário, os palestrantes vão examinar o cenário que se traça para o futuro do comércio. Do lado brasileiro, o ministro Pratini de Moraes falará sobre a agricultura, um dos setores mais afetados pelas medidas protecionistas americanas, e sobre o que o Brasil, um dos maiores exportadores de produtos agrícolas do mundo, pode e deve fazer diante desta situação. Estima-se que as subvenções dos Estados Unidos aos produtos agrícolas vão superar US$ 410 bilhões nos próximos dez anos. Um dos mais respeitados especialistas em comércio dos Estados Unidos, Richard Fischer, deverá, neste primeiro bloco do seminário, oferecer a visão da política de dentro do governo em Washington. Ele foi subsecretário do influente USTR, escritório de representação responsável pelo Comércio Externo dos EUA. Regulação Também no bloco sobre comércio, o economista, professor e ex-presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) Gesner de Oliveira vai abordar as perspectivas para a livre concorrência e a liberalização comercial no Brasil. "Um dos principais desafios na atualidade é aparelhar o Estado para cumprir suas funções modernas de regulação, envolvendo as áreas de infra-estrutura, defesa comercial e antitruste", antecipou Gesner, que coordena o programa econômico do candidato do PSDB à presidência, José Serra. Tendências No segundo bloco, o tema central será a perspectiva e a tendência da economia brasileira e mundial para os próximos nove a doze meses, a partir das análises de idéias de Nova York. O professor Albert Fishlow estará entre os palestrantes americanos. Diretor de Estudos Brasileiros da Columbia University, de Nova York, ele analisará o andamento da recuperação global e como o Brasil poderá ser afetado pelas atividades econômicas no mundo. Otimismo Fishlow não descarta um contágio da crise argentina ao restante do Mercosul, mas se mostra confiante nas perspectivas para a economia brasileira. Ele acha que, como aconteceu no ano passado, quando o dólar bateu em R$ 2,82, mas fechou o ano em R$ 2,35, também desta vez o câmbio brasileiro deverá superar a volatilidade. O seminário contará ainda com a presença do estrategista para a América Latina da financeira Merrill Lynch Robert Berges que, em recente relatório, avaliou que os mercados exageram os riscos de uma vitória da oposição nas eleições brasileiras. O próprio chairman da Merrill Lynch, Jacob Frenkel, opinou que a avaliação do risco brasileiro parece exagerada. Paulo Leme, economista-chefe do Goldman Sachs, falará sobre "A visão do mercado sobre o risco econômico e político do Brasil" e comentou que o aumento da volatilidade nos mercados internacionais, com seu impacto sobre o mercado brasileiro, é um complicador para este momento político. Critérios No caso específico das Bolsas americanas, prevê que a volatilidade estará atenuada dentro de três meses, no máximo. Os critérios de Wall Street para analisar o cenário brasileiro serão avaliados pelo secretário-geral da Unctad, Rubens Ricúpero, para quem os fundamentos da economia não justificam os recentes rebaixamentos do País. Ele acha que as agências estão tentando compensar erros passados, como o fato de não terem previsto a crise asiática ou os problemas nos setores de telecomunicações e internet. O seminário, que marca também a estréia do novo núcleo de eventos da Agência Estado, será realizado no Hotel Sheraton Mofarrej, em São Paulo, no dia 8 de agosto, entre as 8h15 e 13h30. Mais informações podem ser obtidas no site www.estadao.com.br/ext/faceaface.

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