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Silveira pede ‘paz’ à Petrobras e nega definição sobre pagamento de dividendos

O ministro de Minas e Energia diz que não há personificação nas divergências de posições entre ele e o presidente da Petrobras: ‘não existe personificação, existem posições públicas’

Foto do author Sofia  Aguiar
Foto do author Luiz Araújo
Por Sofia Aguiar (Broadcast) e Luiz Araújo (Broadcast)

BRASÍLIA – No centro da crise que envolve o comando da Petrobras, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pediu “paz” à petroleira e disse que o cargo de presidente da estatal cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após evento de assinatura da Medida Provisória (MP) das Energias Renováveis e da Redução Tarifária no Palácio do Planalto, ele negou que, junto com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Casa Civil, Rui Costa, tenha fechado um acordo sobre a distribuição de dividendos extraordinários da Petrobras.

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Segundo o ministro, o encontro foi para falar “sobre as possibilidades” de olho na melhora da economia brasileira. “Não é verdade que nós acordamos entre nós qualquer coisa que seja sobre distribuição de dividendos”, disse Silveira, que classificou o episódio como uma “grande especulação”.

“O que aconteceu entre nós foi um diálogo sobre as possibilidades…”, comentou ele, acrescentando que o foco das conversas foi sobre as questões econômicas. “Foi para discutir como vamos revigorar a economia nacional, o resto foi especulação”, acrescentou. “É natural que a gente tenha debate permanente com os ministros Rui e Haddad.”

Silveira negou qualquer posicionamento sobre a distribuição de dividendos extraordinários da estatal. “Dizer que sou contra ou a favor de distribuição de dividendos não é informação precisa”, comentou o ministro. “O que sou favorável é que tenhamos informações precisas para tomada de decisões sobre distribuição.” A convicção, segundo ele, é que a estatal será a empresa do segmento mais valorizada no mundo.

Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Silveira classificou a pergunta feita pela imprensa sobre a permanência de Prates na presidência da estatal como “pertinente diante desse monte de especulação que surgiu nos últimos dias”. Ele, contudo, negou “manifestação direta” contra o presidente da Petrobras. “A (presidência da) Petrobras é um cargo do presidente da República.”

Na semana passada, à Folha de S. Paulo, Silveira reconheceu que há um conflito entre seu papel e Prates, mas diz ver as divergências como salutares e não pessoais. “Sempre tive debates acalorados, verdadeiros. Mas debates transparentes sobre o que eu, como governo, defendo na Petrobras; e o presidente da Petrobras, naturalmente, (defende) como presidente de uma empresa. Os papéis são diferentes. Por isso há um conflito.”

Personificação

Silveira também negou uma personificação na divergência de posições entre ele e o presidente da Petrobras. Segundo ele, “não existe personificação, existem posições públicas”.

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“Qual o pecado em algumas questões pontuais?”, questionou Silveira. Segundo ele, a personificação o entristece. “Não existe personificação. Existem posições muitas vezes antagônicas sobre alguns temas”, afirmou. “Não é motivo de especulação, porque isso é público. As defesas que faço em questões nacionais são conhecidas.

Silveira afirmou que a possível mudança de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras nunca foi tratada em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Lula nunca cogitou isso (troca do Jean Paul). Para mim, não”, disse.

“Tenho o mais profundo respeito e admiração pelo trabalho que desenvolveu como parlamentar, profundo carinho e respeito pelo ser humano que ele é”, disse Silveira. Segundo o chefe do MME, cabe a ele a defesa “intransigente das políticas públicas”, mas não a presidência da estatal.

“Sobre a Petrobras, que a Petrobras tenha um pouco de paz para poder continuar ganhando valor de mercado, aumentando seu potencial para gerar emprego, renda, cumprir plano de investimento”, disse ele.

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