O transporte pirata de cargas e passageiros é outra ameaça à economia da Amazônia. Na fronteira de Rondônia com Bolívia, entre as cidades de Guajará-Mirim e Guayaramerín, um porto ilegal funciona em um barranco a poucos metros da travessia oficial. Passageiros, gasolina e até drogas e armas são trazidos de forma clandestina para o lado brasileiro.
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Empresários que operam na travessia oficial queixam-se que o transporte ilegal derrubou em 40% o movimento de passageiros. “A concorrência ilegal cresce cada vez mais. Eles estão vendo que é bom um negócio porque não trazemos passageiros de lá, só levamos”, reclama Oscar Daniel Milán Franco, administrador da travessia e dono da Aquavia, uma das seis empresas que operam no trecho. Ele diz ter denunciado o caso a autoridades, sem retorno.
Mesmo na travessia oficial, a fiscalização é frágil. O Estado cruzou a fronteira em junho e o scanner do posto da Receita Federal, destruído na enchente de 2015 e reinaugurado em maio, não estava funcionando.
Autoridades reconhecem dificuldades para fiscalizar os 364 km de fronteira fluvial com a Bolívia. Adalberto Tokarski, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários, afirma que a agência tem fiscalizado a área oficial. Mondardo Júnior, superintendente da Receita na 2.ª Região Fiscal, afirma que o órgão tem feito operações regulares para coibir o contrabando, que resultaram em apreensões de R$ 800 mil em mercadorias no primeiro semestre. Por meio de nota, a Marinha informou que recebeu denúncias sobre a travessia ilegal e que a Agência Fluvial de Guajará-Mirim tem feito inspeções no local, com a Polícia Federal e a Receita. “Desde então, não foram recebidas outras denúncias”.