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Venda de imóveis cresce quase 10% no primeiro semestre, diz Abrainc-Fipe

Levantamento aponta ainda que lançamentos recuaram 13,8% no período

Foto do author Circe Bonatelli
Por Circe Bonatelli (Broadcast)

As maiores incorporadoras do País tiveram alta nas vendas e queda nos lançamentos no primeiro semestre deste ano em relação mesmo período do ano passado, de acordo com pesquisa da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

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O levantamento reúne dados de 20 empresas de grande porte, com atuação em todas as regiões do País, embora mais concentrada no Sudeste.

Em termos de unidades, as vendas consolidadas aumentaram 9,8%, chegando a 68,9 mil. Já em valores, o avanço foi de 12,2%, para R$ 19,3 bilhões.

O destaque nas vendas foi o segmento de médio e alto padrão, com crescimento dos negócios apesar dos juros altos do crédito imobiliário. Em unidades, houve alta de 22,8%, para 20,3 mil, enquanto em valores, o aumento atingiu 9,8%, para R$ 8,8 bilhões. Muitas empresas apostaram nos empreendimentos de luxo, focados no público de altíssima renda e menos dependentes de financiamentos.

O segmento do Minha Casa Minha Vida (MCMV) também contribuiu para a alta nas vendas, refletindo alguns ajustes realizados no programa. Em unidades, as vendas avançaram 4,2%, para 47,1 mil, enquanto em valores, teve alta de 13,1%, para R$ 10 bilhões.

Nos últimos meses, as empresas do MCMV vêm subindo os preços das casas e apartamentos para recompor a margem de lucro afetada durante a pandemia. As incorporadoras têm se aproveitado da melhora nas condições de compra após os ajustes no programa que facilitaram o acesso dos mutuários.

Lançamentos

Os lançamentos consolidados caíram no primeiro semestre, puxados pela retração das atividades das incorporadoras do médio e alto padrão. Por sua vez, no Minha Casa Minha, houve expansão dos negócios de olho nos novos benefícios do programa. Os lançamentos consolidados recuaram 13,8% em unidades, para 49,5 mil, e baixaram 1,7% em valores, para R$ 15 bilhões.

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Maiores incorporadoras do País tiveram alta nas vendas e queda nos lançamentos no primeiro semestre deste ano em relação mesmo período do ano passado.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

No segmento de médio e alto padrão, houve queda expressiva de 59,4% em unidades, para 9,3 mil, e queda de 34,8% em valores, para R$ 6,1 bilhões. Apesar da alta nas vendas, as incorporadoras foram mais cautelosas e priorizaram a redução dos estoques.

Já o segmento do MCMV decolou. Os lançamentos subiram 17,2% em unidades, totalizando 39,5 mil, enquanto em valores saltaram 64,3%, indo a R$ 8,7 bilhões.

“O primeiro semestre de 2023 se caracterizou pelo crescimento notável das vendas no mercado imobiliário brasileiro, apesar de uma queda nos lançamentos”, afirmou o presidente da Abrainc, Luiz França, em nota.

Segundo ele, os próximos meses terão um grande crescimento no mercado da habitação popular devido aos ajustes no MCMV. O programa teve aumento dos subsídios, queda dos juros e aumento no teto de preços para até R$ 350 mil, permitindo que mais imóveis se enquadrem na categoria.

Em relação aos negócios na no médio e alto padrão, França disse que ainda é necessário desenvolver alternativas para diminuir o custo de funding do crédito para os compradores. Os juros altos são o grande empecilho para o segmento, na visão do presidente da Abrainc.

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