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Vendas do varejo em abril têm quarto mês de alta com expansão do crédito, aponta IBGE

Avanço ante março foi de 0,9%, segundo levantamento; varejo já acumula crescimento de 4,9% nos quatro primeiros meses de 2024

Foto do author Marianna Gualter

As vendas do comércio varejista subiram 0,9% em abril ante março, na série com ajuste sazonal, informou nesta quinta-feira, 13, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com abril de 2023, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 2,2% em abril.

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As vendas do varejo restrito acumularam crescimento de 4,9% no ano, que tem como base de comparação o mesmo período do ano anterior. No acumulado em 12 meses, houve alta de 2,7%, ante avanço de 2,5% até março.

Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção, de veículos e de atacado alimentício, as vendas caíram 1% em abril ante março, na série com ajuste sazonal.

Na comparação com abril de 2023, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram alta de 4,9% em abril. As vendas do comércio varejista ampliado acumularam avanço de 4,7% no ano. No acumulado em 12 meses, houve alta de 3,3%, ante avanço de 2,9% até março.

O crescimento de 0,9% registrado pelo varejo restrito em abril levou o indicador a alcançar um novo nível recorde da série histórica, afirmou o gerente da Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE, Cristiano Santos.

Crescimento das pessoas ocupadas e da massa de rendimentos também contribuiu para a alta acumulada pelo volume de vendas do varejo nos quatro primeiros meses de 2024 Foto: Tiago Queiroz/Estadão

“Houve um crescimento muito rápido do varejo depois da pandemia, no segundo semestre de 2021, que acabou posicionando o nível recorde entre outubro e novembro de 2021″, relembrou. “A partir de fevereiro deste ano, o nível se igualou e agora temos uma ‘ultrapassagem’.”

O crescimento de 0,9% do varejo restrito em abril foi o maior para o mês desde 2021, quando o setor cresceu 2,8%, acrescentou.

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Expansão do crédito

O varejo restrito acumula crescimento de 4,9% em 2024, sem queda registrada nos primeiros quatro meses do ano, indicam dados do IBGE. O movimento intenso foi corroborado pela expansão do crédito registrada no período, segundo Santos. Ele ponderou que, embora os dados indiquem que o crédito para pessoa física começou a diminuir em abril, o efeito ainda não foi captado pela PMC do mês.

O crescimento das pessoas ocupadas e da massa de rendimentos também contribuiu para a alta acumulada pelo volume de vendas do varejo no período, afirmou.

A última vez que o varejo restrito não registrou quedas por quatro meses consecutivos foi entre junho e setembro de 2023. O avanço no período, porém, foi menos intenso do que o registrado no início deste ano.

Na série já revisada do IBGE da variação na margem com ajuste sazonal, o varejo cresceu 0,1% em junho de 2023 e 0,8% em julho, ficou estável (0,0%) em agosto e voltou a crescer 0,6% em setembro. Agora, o setor cresceu 2,1% em janeiro de 2024, 1,0% em fevereiro, 0,3% em março e 0,9% em abril.

Apesar do crescimento de 1,5% do volume de vendas de hiper e supermercados em abril na comparação com março, o protagonismo da atividade para o avanço do varejo não foi tão intenso nos primeiros meses do ano, principalmente em fevereiro e março, quando caiu 0,1% e 0,2%, respectivamente, pontuou Santos.

“Houve um crescimento um pouco mais espalhado de outras atividades que acabaram se intercalando e contribuindo para essa expansão”, disse.

Rio Grande do Sul

Os dados da Pesquisa Mensal de Comércio de abril não captaram impactos das enchentes no Rio Grande do Sul, afirmou Santos. Ele esclareceu que a queda de 1,0% registrada em abril, ante março, do volume de vendas do varejo restrito no Estado foi puxada pela abertura de hiper e supermercados. “Nada que pudéssemos atribuir à questão das enchentes”, salientou.

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Questionado sobre se haverá impacto da situação nas próximas leituras da PMC, Santos frisou que não há como prever. “Você pode apurar que houve receita zero em algumas empresas, mas não tem como dar nenhum tipo de prognóstico do quanto isso vai acontecer”, disse. “E o quanto vai acontecer qualquer outro tipo de fenômeno, como um aumento do volume de vendas de alguns estabelecimentos por ‘corrida às lojas’.”

O Rio Grande do Sul, esclareceu, tem peso de 6,5% sobre a variação total do volume de vendas do varejo restrito.

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