Na Saboia de Medeiros, alunos foram avisados que não haverá matrícula no 1º ano Foto: SERGIO CASTRO/ESTADÃO.
SÃO PAULO - Além do fechamento de 93 escolas e de ao menos uma etapa de ensino em 754 unidades, a reorganização da rede estadual paulista deve fechar ainda mais colégios nos próximos anos. Em ao menos seis escolas da capital, que não constam da lista divulgada pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB), a desativação acontecerá progressivamente – em 2016 não estão previstas matrículas nos anos iniciais em ao menos um dos ciclos.
Em algumas escolas, os pais já foram comunicados da não abertura de vagas (no 1.º ano do ensino fundamental 1, no 6.º ano do fundamental 2 ou no 1.º ano do ensino médio). A previsão é de que não haverá matrículas nos anos seguintes, até o fechamento completo do ciclo. O fim gradativo da oferta de vagas pode levar à desativação de ao menos duas unidades.
Da mobilização nas ruas à ocupação de escolas
1 / 31Da mobilização nas ruas à ocupação de escolas
De volta às ruas
Estudantes voltam às ruas em 29 de outubro contra a reorganização anunciada por Alckmin Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO
Escola na Vila Jaguará
Mobilização na Escola Estadual Professor Pio Telles Peixoto, na VilaJaguará, na zona oeste da capital paulista Foto: Amanda Perobelli/Estadão
Escola na Vila Inah
Escola Ana Rosa de Araújo Dona, na Vila Inah, zona oeste Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Escola na Vila Inah
Na Escola Ana Rosa de Araújo Dona também houve protesto contra a reorganização da rede Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Escola na Chácara Santo Antônio
Estudantes penduram faixa "Matriculas Abertas"na Escola Estadual Saboia de Medeiros, no bairro Chácara Santo Antônio, na zona sul Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
Escola em Cidade Tiradentes
Escola Estadual Cohab Inácio Monteiro, em Cidade Tiradentes, na zona leste, foi ocupada por estudantes e por integrantes do Movimento dos Trabalhadore... Foto: PETER LEONE/FUTURA PRESSMais
Vandalismo em escola ocupada na Grande São Paulo
Móveis foram destruídos e espalhados em sala na Escola Estadual Coronel Antônio Paiva de Sampaio, em Osasco, na Grande São Paulo, alvo de vandalismo Foto: Secretaria de Educação/Divulgação
Protesto de estudantes na 9 de julho
É a quarta manifestação que eles fazem nos últimos dois dias que bloqueia vias importantes da capital. Os alunos também ocupam 191 escolas contra a me... Foto: ALEX SILVA/ESTADÃOMais
Mobilização após anúncio
Estudantes se mobilizam contra a reorganização e o fechamento de escolas estaduais, anunciados pelogovernador Geraldo Alckmin (PSDB) em 9 de outubro. ... Foto: RAFAEL ARBEX/ESTADÃOMais
Mobilização nas ruas
Estudantes caminharam até a Praça da República, onde fica a Secretaria Estadual da Educação Foto: RAFAEL ARBEX/ESTADÃO
Estudantes nas ruas
Alunos da rede pública paulista protestam na Avenida Paulista Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO
De volta às ruas
Alunos carregam cartazes contra reorganização da rede estadual de ensino Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃO
Escola em Pinheiros
Em 12 de novembro, estudantes ocupavam, pelo quarto dia seguido, aEscola Estadual Fernão Dias Leme, em Pinheiros, na zona oeste Foto: RAFAEL ARBEX/ESTADÃO
Escola em Pinheiros
Aluno encara policial em frente à Escola Estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na zona oeste Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADãO
Escola em Pinheiros
Policiais em frente à Escola Estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
Escola em Pinheiros
Adolescente passa mal após inalar spray de pimenta em frente à Escola EstadualFernão Dias Paes, no bairro de Pinheiros, no dia 11 de novembro Foto: ANDRÉ LUCAS ALMEIDA/FUTURA PRESS
Escola em Pinheiros
Movimentação em frente à Escola Estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na manhã do dia 13 de novembro Foto: RAFAEL ARBEX/ESTADÃO
Escola na Vila Mazzei
Contra o fechamento de escolas estaduais paulistas, estudantes ocupam aEscola Estadual Castro Alves, na zona norte da capital Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
Escola na Vila Mazzei
Durante ocupação, alunos se reúnem na quadra, na Escola Estadual Castro Alves, na Vila Mazzei,zona norte de São Paulo Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO
Escola na Vila Mazzei
Alunos colocam faixa em frente à Escola Estadual Castro Alves, na Vila Mazzei,zona norte Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
Escola na Vila Mazzei
Alunos observam faixa naEscola Estadual Castro Alves Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
Escola na Chácara Santo Antônio
Estudante controla chaves das dependências da EscolaEstadual Saboia de Medeiros, no bairro Chácara Santo Antônio, na zona sul de São Paulo Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO
Escola na Chácara Santo Antônio
Alunos pintam fachada da Escola Estadual Saboia de Medeiros, no bairro Chácara Santo Antônio, na zona sul Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO
Escola em José Bonifácio
Estudantes também ocupam aEscola Estadual Salvador Allende, no bairro José Bonifácio, na zona leste Foto: ALE VIANNA/ELEVEN
Escola na Vila Jaraguá
Alunos protestam na Escola Estadual Professor Pio Telles Peixoto, na Vila Jaraguá, zona oeste Foto: Amanda Perobelli/Estadão
Escola em Campinas
Estudante protestam na Escola EstadualCarlos Gomes, na cidade de Campinas, interior de São Paulo Foto: DENNY CESARE/CÓDIGO19/PAGOS
Escola em Guarulhos
A E.E.Conselheiro Crispiniano, na Vila Progresso, em Guarulhos, foi ocupada por alunos em 23 de novembro em protesto contra a reorganização da unidade... Foto: Felipe Cordeiro/EstadãoMais
Contra reorganização escolar
Alunos da Escola Fernão Dias Paes inteditam cruzamento contra o fechamento de escolas da gestão Alckmin (PSDB). Foto: Werther Santana/Estadão
Protesto de estudantes na 9 de julho
Os policiais jogaram spray de pimenta e bombas de efeito moral contra os manifestantes. Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO
PM e estudantes entram em confronto em protesto na Dr. Arnaldo
Jovem é dominado por policiais militares e encaminhado a delegacia após protesto na Avenida Doutor Arnaldo, na zona oeste da capital paulista Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press
Ferido em protesto na Avenida Doutor Arnaldo
Estudante de 16 anos foi ferido no ombro; ele diz que foi agredidos pelos PMs Foto: Luiz Fernando Toledo/Estadão
PUBLICIDADE
Na Escola Estadual Jornalista Carlos Frederico Werneck Lacerda, em Pirituba, na zona norte, os pais já foram informados de que não haverá matrículas para o 6.º ano do ensino fundamental 2 e para o 1.º ano do ensino médio – a escola tem apenas os dois ciclos. “Vão esvaziá-la ano a ano até fechar. Eles estão impedindo a matrícula dos alunos e, para o próximo ano, vamos perder oito turmas”, disse Reginaldo de Lima Filho, professor de História da unidade.
A atendente Aline da Silva Lima, de 27 anos, mora na mesma rua da escola e esperava que no próximo ano o filho Kauê, de 10 anos, pudesse estudar perto de casa no ensino fundamental 2. Hoje, ele está matriculado na Escola Estadual Geraldo Homero Ottoni, uma das que serão fechadas. “Não quiseram nem pegar o nome do meu filho e não me informaram qual escola procurar.” Segundo ela, a secretaria do colégio informou que não fará matrícula para o 6.º ano.
Publicidade
Andrea Arrivabene, de 35 anos, também foi surpreendida quando descobriu que seu filho, que está no 9.º ano, foi transferido da Lacerda para outra escola. Ela esperava que Adriano, de 15, pudesse concluir o ensino médio na escola em que estuda há quatro anos. “Disseram que o ciclo vai continuar, mas sem o 1.º ano.”
Na Escola Estadual Saboia de Medeiros, na Chácara Santo Antônio, zona sul, os alunos afirmam que foram avisados de que não haverá mais matrículas no 1.º ano do ensino médio a partir de 2016 – a unidade já é de ciclo único. “É fechamento velado. Vai ter menos alunos no 2.º ano e no 3.º. Aí, vão alegar demanda baixa e fechar a escola”, disse a professora de Português Yasmin Elisabete, de 61 anos.
Ciclos. Em outras quatro escolas estaduais consultadas pelo Estado, pais e alunos relataram o mesmo informe de fechamento parcial. Na Escola Estadual Francisco Voccio, na Vila Santos, na zona norte, não haverá matrícula no 6.º ano. O mesmo foi avisado nas escolas Carmosina Monteiro Vianna, no Jardim Brasil, na zona norte e Antonio Emílio Penna, na Vila Albertina, também na zona norte. Na Escola Martin Egydio Damy, na Brasilândia, na zona norte, o fechamento parcial foi anunciado para o ensino médio noturno.
A Secretaria Estadual da Educação, em nota, informou que é “parte da rotina das escolas” realizar um estudo de demanda para o início do ano letivo, independentemente da reorganização. “O período de matrículas ainda está aberto, portanto, não há como garantir, neste momento, se haverá ou não turmas para os ciclos de ensino mencionados. Também não há qualquer previsão de fechamento das unidades.” A secretaria não disse por que pais e alunos já foram informados pelas diretorias dessas mudanças e a razão de elas não terem sido divulgadas.