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Antes da vacina, poliomielite era endêmica no Brasil

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Hoje, 78 pacientes crônicos vivem nos hospitais estaduais de São Paulo. Paulo Henrique Machado, de 40 anos, é o que está internado há mais tempo: 39 anos. Eliane Zagui, de 34, é sua companheira de quarto desde os 2. Vítimas da poliomielite, eles se somam às milhares de crianças que contraíram o vírus e carregaram as seqüelas da paralisia infantil antes de a doença ser erradicada no País. Existem três sorotipos do poliovírus, causador da poliomielite. Os três estão presentes na vacina criada pelo americano Albert Sabin, que deve ser aplicada em duas etapas nas crianças de até 5 anos. A doença ataca a medula espinhal, causando, na maior parte das vezes, a paralisia dos membros inferiores, e, em alguns casos, a morte. Criada em 1959, a vacina chegou ao Brasil em 1961. A doença era considerada endêmica e os surtos eram constantes. Em 1975, por exemplo, 3,4 mil crianças contraíram a doença. "Era uma situação dramática. Muitas vezes, os médicos tinham de retirar uma criança do ?pulmão de aço? quando chegava outra em pior estado, pois não tinham o que fazer", diz o virologista Hermann Schatzmayer, de 70 anos, ex-diretor da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio. As campanhas de vacinação em massa no Brasil somente começaram em 1980. O próprio Sabin foi convidado para assessorar o Ministério da Saúde. Um ano após a introdução da prática, as contaminações caíram de 1.290 para 122 casos. Em 1989, o último caso da doença foi registrado no País, na Paraíba.

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