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A iluminação da casa pode afetar seu humor. Saiba como fazer as escolhas certas

Por Stacey Colino

Você talvez nem imagine, mas aquela luz de teto fluorescente pode estar deixando você em alerta máximo. E provavelmente não é coincidência que você se sinta melhor quando está perto do brilho âmbar da luminária de mesa da sua sala de estar.

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Embora a maioria das pessoas reconheça que ter iluminação adequada em casa é importante por motivos práticos – por exemplo, para evitar acidentes na cozinha ou catástrofes na maquiagem –, pesquisas mostram que os tipos certos de luz também são essenciais para o bem-estar humano. “A iluminação tem um efeito significativo sobre o estado psicológico das pessoas, bem como sobre a forma como elas pensam e se comportam”, diz Sally Augustin, psicóloga ambiental e de design em Chicago. “Somos um tipo de animal que precisa de luz. É o que mantém a mente e o corpo na melhor forma possível.”

A exposição à luz natural e a certos tipos de luz artificial ajuda o corpo a manter seu ritmo circadiano – o relógio interno que regula as principais funções, como padrões de sono e vigília, liberação de hormônios, pressão sanguínea e flutuações da temperatura corporal.

Um estudo de 2021 do International Journal of Environmental Research and Public Health descobriu que o acesso à luz do dia dentro de casa ajudou os participantes a adormecer mais rapidamente à noite e lhes deu maior sensação de vitalidade ao longo do dia. Um estudo de 2022 da revista Building and Environment concluiu que a incorporação de luz natural a quase todos os cômodos – cozinha, quarto, sala de estar e sala de jantar – melhorou o bem-estar emocional das pessoas.

Conclusão: as fontes de iluminação dentro de casa são muito importantes e afetam uma miríade de aspectos de nosso estado de espírito, como irritação e produtividade. Aqui vão algumas estratégias a serem consideradas na hora de elaborar um plano de iluminação para seu espaço.

Aproveite (ou imite) a luz natural

Luz natural em casa melhora o humor e o desempenho mental Foto: Jason Briscoe/Unsplash.com

“A luz natural é um remédio mágico: melhora o humor, o desempenho mental e a capacidade de se relacionar com as pessoas”, diz Augustin. Mas é precisa “ter cuidado com o brilho”, acrescenta ela, pois ele faz seus olhos trabalharem mais e podem causar tensão e fadiga. (Para minimizá-lo, tente cortinas transparentes ou se posicione perpendicularmente à janela, ela sugere.)

Se sua casa não recebe muita luz natural, você pode atingir um nível ideal de brilho diurno com lâmpadas de espectro total, conta Kati Peditto, psicóloga em Denver e diretora do Laboratório de Experiência Humana do escritório de arquitetura Perkins and Will. Essas lâmpadas reproduzem a luz solar natural e podem ser encontradas em lojas de ferragens, supermercados e online.

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“A iluminação de espectro total traz formas de luz visíveis e invisíveis (como infravermelho e ultravioleta) e tem um efeito de imitação da luz do dia que reduz o estresse e aumenta o estado de alerta”, lembra (a luz de espectro total está associada a níveis baixos de hormônios do estresse, como o cortisol).

Em espaços iluminados artificialmente, os especialistas recomendam diversas “temperaturas” de luz em diferentes momentos. Durante o dia, Augustin aconselha a luz fria – que varia do azul ao branco – que é energizante e facilita a concentração e o trabalho focado. Por outro lado, passar um tempo sob luz quente – que vai do amarelo ao laranja – ajuda no relaxamento e o pensamento criativo: é o que convém para o final da tarde ou a noite.

Em geral, Augustin recomenda o uso de luzes frias no alto da sala (como na iluminação do teto) e luzes quentes mais baixas (nas luminárias de mesa ou de chão), para otimizar a funcionalidade e o clima. Ao comprar lâmpadas, procure rótulos que indiquem frescor (como “branco”, “branco frio” ou “luz do dia”) ou calor (“branco suave” ou “branco quente”).

Para imitar o sol poente, coloque luzes com dimmers, para que você possa diminuí-las gradualmente. Ficar sob luzes fortes à noite pode suprimir a liberação de melatonina, dificultando o adormecimento, assim como a exposição à luz azul e à luz branca com tons de azul – os culpados mais comuns são os eletrônicos, como computadores, celulares e TVs, além de lâmpadas LED e fluorescentes.

Combine o tipo de luz com o ambiente

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“Você pode criar diferentes zonas de luz para as atividades”, avisa Augustin, cuja empresa, Design With Science, usa princípios da neurociência para criar espaços que promovem estados mentais positivos. Experimente uma iluminação brilhante na cozinha – com luzes sob o armário, por exemplo – para aumentar a segurança e evitar o cansaço visual, ou uma lâmpada dourada em uma luminária de mesa de escritório para estimular a criatividade.

No banheiro, “o tom da luz é importante porque julgamos nossa aparência olhando no espelho”, afirma Jennifer Veitch, psicóloga ambiental em Ottawa e principal pesquisadora do Conselho Nacional de Pesquisa do Canadá. A luz precisa ser forte o suficiente (pelo menos 60 watts, dependendo do tamanho do banheiro e do que a luminária consegue suportar) para que você possa se ver claramente, mas com um tom quente para que sua pele não fique com uma tonalidade estranha.

Se você deixar uma luz noturna plug-in no banheiro para visitas no meio da noite, Veitch aconselha que ela seja quente (âmbar a vermelha), para não atrapalhar a volta ao sono. O mesmo vale para o corredor.

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Para a sala de estar, Peditto recomenda uma iluminação quente porque facilita o relaxamento e a interação social. O mesmo se aplica aos quartos; além disso, a iluminação quente não interfere na capacidade de adormecer, conclui Veitch. Embora essas diretrizes de iluminação se apliquem à maioria das pessoas, as respostas individuais podem variar, então é preciso experimentar para ver o que funciona na sua casa. “Escolher a iluminação é muito mais complicado hoje, porque há muitas opções, diz Veitch.”

TRADUÇÃO RENATO PRELORENTZOU

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