Desenho iluminado

As melhores luminárias italianas estão em exposição no Museu da Energia

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Por Roberta de Lucca
Atualização:

A luz, esse elemento tão imprescindível para o morar, é tema da exposição Arte do Sol, instalada no Museu da Energia, nos Campos Elíseos, em São Paulo. O evento (que vai até 18 de fevereiro e tem entrada gratuita) celebra o melhor da criação e produção italiana - terceiro maior mercado do setor de iluminação do mundo - em peças que vão da sofisticação do pedestal de madeira com cúpula de tecido à inusitada luminária de vidro de Murano e fragmentos de ouro. Pouco mais de 100 exemplares foram escolhidos a dedo no acervo da Fundação Sartirana Arte para exemplificar como a luz mescla funcionalidade e arte em peças de uso diário. "Criamos um panorama de 70 anos da produção italiana, de 1933 a 2004, mostrando sua evolução de desenho e tecnologia", explica Luigina Peddi, diretora do Instituto Italiano de Cultura de São Paulo, que organiza a mostra. O resultado é uma exposição que revela a força e a expressividade da luz, manifestada de maneiras bem diversas do modelo clássico de iluminação. O pintor e escultor Angelo Rinaldi, por exemplo, transforma cubos de vidro de Murano em minimundos onde desfilam figuras humanas (lapidadas com diamante) em meio a bolhas de ar e pó de ouro ou prata. Com a resina plexiglass, Marco Lodola desenha luminárias de evidente apelo pop, retratando amantes aos beijos. E o autêntico pop dos anos 70 surge nos "sinais luminosos" de Eugenio Carmi: sobre a base de acrílico preto circular, o pintor aplica pedaços coloridos daquele material, criando quadros de luz. Nesse universo diferenciado, a iluminação ganha suportes que exploram ao máximo a sua capacidade de clarear um ambiente, dando a ele algo mais do que luz. Montada em três setores - Luzes de Autor (trabalhos de Eugenio Carmi, Mario Ceroli, Marco Lodola, Roberto Fallani e Angelo Rinaldi), Luzes Tecnológicas (peças que exploram materiais tecnológicos, caso da fibra ótica) e Luzes e Design (produção das maiores grifes italianas, como Luce Plan, Artemide, Kartell e Flos) - o salão também abre espaço para peças clássicas. Entre outras, a Tizio, assinada por Richard Sapper, e a Tolomeo, de Michele de Lucchi, ambas para a Artemide; a Ara, de Philippe Starck para a Flos, e os abajures de vidro leitoso da Fontana Arte. A visita ainda vale a pena por outro motivo: a casa que abriga o Museu da Energia foi construída em 1894 , residência de Henrique, irmão de Santos Dumont. Totalmente restaurada, ela exibe piso de peroba e ladrilho hidráulico, janelões e pinturas florais nas paredes.

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