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Dicas e curiosidades sobre animais

Cachorro tem dengue? Pode ser pior do que você imagina

Cães e gatos não são acometidos pelo vírus da dengue, mas o mesmo mosquito transmissor, o Aedes aegypt, pode transmitir dirofilariose, doença igualmente grave, para esses animais. Veja como prevenir e resguardar seu pet nesse verão.

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Foto do author Luiza  Cervenka
O mosquito da dengue é também um vilão para cães, gatos e furões - Donnie Ray Jones/Creative Commons  

Chega o verão, o calor, e junto o mosquito da dengue, Aedes aegypti. É alarmante o aumento do número do casos da doença. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil deve ter 4 milhões de casos de dengue em 2024. Mas e os pets também estão vulneráveis a esse vírus? Poderia acalmá-lo ao dizer que não, eles não têm dengue. Porém, preciso ser realista e contar que no caso de cães e gatos, pode ser ainda pior.

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O mesmo mosquito é vetor da dirofilariose. É o que explica Márcio Barboza, médico-veterinário e gerente técnico pet da MSD Saúde Animal, que alerta ainda sobre a importância da prevenção para a segurança dos pets.

A dirofilariose

A doença, também conhecida como "verme do coração", é uma doença parasitária grave que afeta a saúde e a qualidade de vida dos animais de estimação. "É causada pelo parasita Dirofilaria immitis, podendo ter como vetor o mosquito Aedes aegypt", diz Márcio.

A Dra Thalita Vieira, médica veterinária do Veros Hospital Veterinário, explica que os cães servem como hospedeiros definitivos e são o principal reservatório do parasita. Outros hospedeiros são os gatos e furões.

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O mosquito transmite a microfilária e, no cão, a larva se desenvolve até o estágio adulto, o que pode levar até 120 dias. Os vermes circulam com o fluxo sanguíneo, e se alojam na artéria e tronco pulmonar do animal. Dependendo da carga parasitária, os vermes podem chegar ao coração, levando a consequências graves e até morte.

O grande problema é que a doença pode levar muito tempo para dar seus primeiros sinais. Neste momento, o verme pode ter se mutiplicado ao ponto de não ter mais o que fazer. Por isso a importância da prevenção.

Prevenção é sempre a melhor solução!

Diante do perigo, o veterinário reforça a importância da prevenção e concede algumas dicas essenciais para proteger os animais de estimação:

  • Manter o ambiente livre de água parada: O mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e um dos vetores da dirofilariose, se reproduz em água parada. Portanto, é essencial eliminar qualquer recipiente que possa acumular água ao redor da casa, como vasos e pneus velhos. A atenção deve se estender aos recipientes de água para animais de estimação, onde a água deve ser frequentemente trocada, e qualquer outro objeto que o animal use que possa acumular água.
  • Manter o ambiente limpo e higienizado: Manter o ambiente interno e externo da casa limpo e higienizado pode ajudar a reduzir a presença de mosquitos. Mantenha a grama cortada, remova folhas e detritos do jardim e mantenha a casa limpa e livre de sujeira, pois isso pode atrair mosquitos.
  • Utilizar produto contra pulgas e carrapatos com eficácia comprovada: Além de oferecer proteção contra os ectoparasitas, é essencial optar por produtos que tenham ação inseticida, como é o caso do Bravecto. Esses produtos agem eliminando o mosquito imediatamente após a picada, reduzindo assim a prevalência do Aedes aegypt e protegendo, consequentemente, não só os animaizinhos, mas também toda a família.

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Ao adotar essas medidas preventivas, os tutores de animais de estimação contribuem significativamente para a saúde e o bem-estar de seus companheiros de quatro patas, além de colaborarem para a redução da propagação de todas as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypt.

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Mitos da Dirofilariose

Um dos maiores mitos que envolove a doença é ser um problema somente do litoral. Diziam o mesmo da dengue. Hoje a doença já se encontra em diversos estados, inclusive no interior do Brasil. Assim como a dengue, a dirofilariose está batendo na nossa porta, independetemente do local que moramos ou levamos o nosso pet.

"Importante ressaltar que ainda que áreas litorâneas apresentem condições mais favoráveis ao desenvolvimento de mosquitos, a infecção também é detectada em outras regiões do País mesmo em estados distantes do litoral, por isso é importante a prevenção da dirofilariose em todos os cães. Além disso, a prevenção é uma importante medida para conter a doença e impedir que ela se alastre ainda mais e atinja lugares livres deste mal", alerta o médico-veterinário Alexandre Merlo, Gerente Técnico de Animais de Companhia da Zoetis.

Por isso, mais uma vez, a importância de batermos na tecla da prevenção, principalmente no verão.

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Prevenção é a solução! - Donnie Ray Jones/Creative Commons  

Sintomas da dirofilariose

Os principais sintomas nos cães podem ser:

  • tosse
  • cansaço fácil
  • fadiga ou intolerância a exercícios
  • falta de ar e desmaios
  • alguns animais podem ainda, contrair a doença de forma silenciosa, sem sintomas agudos.

Diagnóstico da dirofilariose

A qualquer sinal ou sintoma, independentemente da região que você mora ou levaou seu cão, busque o médico-veterinário para um check-up.

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Existem testes de antígeno e radiografias de tórax que podem identificar alterações pulmonares provocadas pelos parasitas nos animais. Outro recurso, é o exame ecodopplercardiograma, útil para detectar alterações estruturais associadas à infecção por dirofilaria.

Tratamento da dirofilariose

De todo meu coração eu te digo: não queira chegar nessa parte. O tratamento da dirofilariose é um processo complexo e longo e deve sempre ser acompanhado por um médico veterinário para o profissional indicar os remédios corretos e aliviar os sintomas. Os antibióticos são receitados para eliminar os diferentes estágios do parasita e prevenir complicações associadas.

Há um antiparasitário injetável, o Pró-Heart. O medicamento é indicado para cães a partir do sexto mês de idade para prevenção anual do verme do coração. Não é uma vacina, mas uma medicação que mata possíveis larvas que possam estar na corrente sanguíneo do animal.

A dra. Karin Botteon, veterinária e gerente técnica da Boehringer Ingelheim, reforça a mensagem de que, embora a dengue não seja uma preocupação direta para cães e gatos, a prevenção e o controle do mosquito Aedes aegypti são cruciais para a saúde pública e bem-estar animal. Ela conclui, "cuidar do nosso ambiente é cuidar dos nossos animais e de nós mesmos".

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