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Conheça os segredos da recuperação do Franca no NBB

Temporada 2018/19 consolida reestruturação de um time de 90 anos de uma cidade que se dobra à modalidade

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Por Renan Fernandes e Franca
Atualização:

Campeão Paulista, Sul-Americano, um dos líderes do Novo Basquete Brasil (NBB) e pela quarta vez sede do Jogo das Estrelas. Os resultados de sucesso do Sesi Franca na edição 2018/2019 marcam um momento de consolidação da reestruturação feita pela equipe após crise financeira, que há cinco anos quase fez um dos times mais tradicionais do País fechar as portas.

Comandante das atuais conquistas como treinador e dono de outros quatro títulos por Franca como atleta, Helinho ajuda a explicar para quem não está familiarizado o porquê de a cidade receber o título de “capital nacional do basquete”. “É um trabalho de mais de 60 anos nesse esporte. Se você for a um restaurante da cidade, há fotos de times de 1931. São praticamente 90 anos de basquete.”

Franca se reestrutura e está entre os principais times do NBB Foto: Diego Maranhão / AM Press & Images

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Nesse período, uma linhagem de grandes técnicos ajudou a criar mentalidade vencedora no time, que garantiu 11 conquistas nacionais. Em todas as taças, o pai de Helinho, Hélio Rubens Garcia, esteve presente no papel de atleta ou treinador.

“Ganhar não é possível sempre, mas ser competitivo para Franca é importante. Isso é uma coisa passada do Pedroca (Pedro Fuentes, que dá nome ao ginásio) para o meu pai e do meu pai para mim e eu repeti quando assumi em 2016”, disse.

Esse carinho da cidade pelo time, de geração para geração, como nos Garcia, ajudou a construir a relação com os fãs. E foi aos torcedores que o Franca recorreu nos momentos de maior aperto, entre 2014 e 2015, quando perdeu o patrocinador master, a Vivo, e as dívidas chegaram aos R$ 4 milhões.

A campanha “Franca patrocina Franca” foi criada para impedir o fechamento do time, algo que aconteceu com outras equipes paulistas como Santo André, COC/Ribeirão, Jaú, Rio Claro, Assis e São Bernardo.

A situação começou a mudar quando empresários e a prefeitura “adotaram” a equipe. A participação da empresária Luiza Helena, dona da rede varejista Magazine Luiza, na gestão de Franca neste momento é destacada pelo treinador. “Hoje existe um estatuto em que as sete maiores entidades da cidade têm cadeira no conselho deliberativo e nada é aprovado sem o aval delas. O conselho foi responsável por eleger uma diretoria executiva. Isso faz de Franca modelo de gestão.” Um empréstimo de R$ 900 mil, com membros do conselho como avalistas, foi feito para sanar dívidas e criar fluxo de caixa.

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Em 2017, o Magazine Luiza se tornou patrocinador master da equipe e a parceria que existia com o Serviço Social da Indústria (Sesi) na base foi estendida ao elenco principal do basquete. Além de passar a utilizar toda a infraestrutura de treinamentos, um aporte financeiro passou a ser feito. Em março de 2018, o presidente da Fiesp, Sesi-SP e Senai-SP, Paulo Skaf, assinou renovação do acordo por duas temporadas. Hoje, o custo/ano do basquete de Franca é de R$ 9 milhões, o maior do NBB ao lado do Flamengo.

PRESSÃO

Ao Estado, Helinho admitiu que todo esse trabalho na parte administrativa gera uma pressão natural pelos títulos, algo que às vezes demora a acontecer. “Para a nossa felicidade, os títulos apareceram de forma rápida e isso mostra que estamos no caminho certo.” As vitórias também serviram para reforçar o acerto na decisão de assumir o posto ocupado por outras cinco pessoas desde 1959.

“Estou feliz como técnico. Faz quase três anos que estou na área e tenho mais de 30 anos de vivência com o treinador mais vitorioso do Brasil, meu pai”, comentou. A meta do Franca é bastante clara: primeiro lugar no NBB e na Liga das Américas, como pede a cidade.

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