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Brasil fecha Pan com pontos positivos, mas futuro é incerto

Medalhas conquistadas nos Jogos do Rio e proximidade de Cuba não são garantia de ascensão olímpica

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Por Redação
Atualização:

Os Jogos Pan-Americanos do Rio foram bons para o Brasil. Este é o sentimento geral de dirigentes, torcedores e jornalistas que acompanharam o evento em seus dezesseis dias de disputa e mais de mil provas/jogos disputados e quase mil medalhas distribuídas, com uma histórica terceira posição no quadro de medalhas, com um recorde de 161 pódios. Tudo isto, porém, é colocado em dúvida quando se pensa no legado - palavra tão dita pelo presidente do CO-Rio, Carlos Arthur Nuzman - que o evento vai trazer ao País, tanto em relação ao esportes como às instalações, que sonha com uma Olimpíada, talvez em 2016. Veja também:  O quadro final de medalhas Que todos não se iludam com o resultado destes jogos. O desempenho brasileiro foi bom, mas tecnicamente, em relação à Olimpíada de 2008, em Pequim, é bastante questionável se vai conseguir ser melhor do que foi em eventos anteriores. O Brasil ficou perto de Cuba, mas historicamente os cubanos só ficou entre os cinco primeiros lugares do evento mundial por três vezes (1904, 1984 e 1992). E os brasileiros tiveram sua melhor participação na edição passada, em Atenas, com cinco ouros, duas pratas e três bronzes (10 medalhas), em 16.º lugar. Cuba foi 11.ª. Os Estados Unidos, campeões tanto lá como aqui neste Pan - pela 14.ª vez consecutiva, vieram aqui com um grupo inferior ao que vai aos Jogos da China e faturaram o primeiro lugar com 97 ouros e 237 medalhas no total - 67% a mais que os brasileiros, mais que a metade. Instalações exemplares As instalações esportivas utilizadas durante o Pan são de boa qualidade, com alguns problemas que podem ser corrigidos. Mas o destino delas é incerto. O Estádio João Havelange, ou Engenhão, utilizado com o atletismo e com o futebol, será privatizado e os interessados são justamente os times de futebol, o que significaria sua pouca utilização com o atletismo, que sofre com a falta de lugares para a prática em nível internacional - justamente o que muitos dizem faltar ao País para se tornar uma potência, devido à enorme quantidade de valores. Para o Maracanã e o Maracanãzinho, o evento foi ótimo, pois ambos foram reformados e adaptados à ao que a modernidade exige - lugares sentados e com boa vista do campo/quadra, placares eletrônicos, etc. Outros, como o Riocentro, uma enorme área pública que com utilização incerta desde os anos 90, serão desmontados os equipamentos e aparentemente foi revitalizado perante o púlbico, pois novamente existem exposições e eventos programados no local. Ajustes nos esportes Para os esportes, principalmente os sem muita tradição, fica a lição aos brasileiros de como conduzí-los. O maior exemplo é o softbol e o beisebol, que terminaram com menos da metade dos jogos programados realizados. O tênis sofreu com a chuva e precisou que sua decisão fosse disputada num clube com quadra coberta e para um público pequeno. No futebol, esporte mais popular, a alegria é a seleção feminina, campeã com o show de Marta. Já o masculino, fica para a próxima (e a lição de que temos um celeiro de craques, mas que a superioridade não é tão grande). No vôlei, o time masculino se consolida como um dos maiores da história do esporte; o feminino, a lição de que são boas profissionais, mas estão abaixo do time dirigido por Bernadinho - que, com o título, fica sem os problemas que o corte de Ricardinho poderiam trazer. O basquete masculino, que vinha de problemas e fiascos em Pré-Olimpícos e Mundiais, pode ressurgir. A medalha de ouro num time sem as estrelas da NBA, Leandrinho, Anderson Varejão, Nenê, etc. pode ser o impulso que a geração órfã de Oscar precisava para embalar. O time feminino, sem Janeth, também pode continuar bem, mas o trabalho agora é de recomeço. Evolução dos atletas Para conseguir mais que cinco medalhas de ouro na Olimpíada de Pequim, existem nomes que dão esperança: a seleção masculina de vôlei, Kaio Márcio, Thiago Pereira, Rebeca Gusmão (natação), o time feminino de futebol, Fabiana Murer, Jadel Gregório, Keila Costa (atletismo), Jade Barbosa (ginástica artística), as seleções de handebol, as duplas do vôlei de praia... Mas tudo pode mudar muito até lá. É aguardar para conferir e confirmar.

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