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Wada acusa Brasil de reduzir número de testes antidoping antes do Rio-2016

Agência Mundial Antidoping denuncia fato como 'inaceitável'

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Por Redação
Atualização:

O Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD, designado para fazer os testes antidoping dos Jogos Olímpicos, reduziu de forma dramática os exames sobre atletas brasileiros às vésperas do início dos Jogos e justamente no momento considerado como mais importante no controle de esportistas. A Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) denunciou o fato como "inaceitável" e alertou ao Comitê Olímpico Internacional (COI).

Ao Estado, o ex-presidente da Wada e principal investigador do doping russo, Dick Pound, classificou a informação de "surpreendente". "A Wada vai precisar agir", declarou. Questionado sobre o silêncio do COI, Pound ironizou: "Nada mais me surpreende".

Dick Poundépresidente da Wada, organização que regula o doping Foto: Michael Dalder/Reuters

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O governo explica que o motivo da queda do número de testes foi a decisão da Agência Mundial Antidoping de suspender de forma "abrupta" o credenciamento do laboratório, sem prever uma alternativa. Um problema de "calibragem" de uma das máquinas usadas pelo laboratório brasileiro levou a Wada a interferir no processo.

Mas no período que o laboratório foi mantido suspenso, as coletas de sangue e urina foram afetadas.

Dados obtidos pelo jornal O Estado de S.Paulo apontam que, entre janeiro e junho de 2016, um total de 2.227 testes foram realizados em atletas brasileiros, uma média de 371 por mês. Mas entre os dia 1 e 24 de julho, foram apenas 110 testes. As informações foram confirmadas pelo Ministério dos Esportes.

Segundo a Wada, deste total, apenas 93 deles envolveram atletas que poderiam estar nos Jogos Olímpicos. O número considerado "insuficiente e injustificável" pela entidade. Para ela, a coleta deveria ter sido mantida e as amostras colocadas em congeladores. A irregularidade foi comunicada imediatamente ao COI. Mas seu porta-voz, Mark Adams, considerou que não haveria motivo de preocupação.

No dia 24 de junho, a Wada suspendeu o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD). Depois de passar por mudanças e até a troca no comando da Agência Brasileira de Controle de Doping (ABCD), o laboratório voltou a ser aceito. Mas, durante 27 dias e justamente às vésperas dos Jogos, muitos dos testes foram suspensos e não foram realizados.

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Uma tentativa foi feita para que as amostras fossem enviadas para Lisboa. Mas o laboratório português havia sido suspenso. Em Bogotá e Barcelona, os centros reconhecidos pela Wada também se recusaram a ajudar, alegando que estavam saturados de testes.

Na semana passada, uma carta foi enviada pela Wada ao governo brasileiro para se queixar da suspensão, no dia 26 de julho. Um dia depois, o governo respondeu e o Ministério dos Esportes alega que nenhuma nova queixa foi feita desde então.

Mas a Wada alertou que foi até o COI e exigiu que os testes fossem reforçados desde o final de julho. A preocupação da agência, ainda assim, é que por mais de 20 dias muitos dos atletas brasileiros no Rio não foram testados.

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