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Calote da Grécia está próximo, alerta Fitch

Diretor-gerente da agência de classificação diz que a relação entre dívida e PIB está subindo e que o país pode declarar default nos próximos meses

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Por Redação
Atualização:

A Grécia provavelmente vai declarar default (calote) sobre sua dívida nos próximos meses, afirmou Edward Parker, diretor-gerente da agência de classificação de risco Fitch. "O ônus da dívida da Grécia é muito alto, portanto o país provavelmente vai declarar default", disse Parker em entrevista após conferência da Fitch em Estocolmo, Suécia. "Nós afirmamos desde junho do ano passado que o envolvimento do setor privado é um default", acrescentou. O executivo destacou que a relação entre a dívida e o Produto Interno Bruto (PIB) da Grécia é de cerca de 160% e está subindo, que a economia do país está fraca e o déficit orçamentário está alto, e que a Grécia é dependente de financiamento da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI). "Portanto, o ônus da dívida não parece sustentável", comentou. Parker observou que um default da Grécia não deverá surpreender ninguém e, desde que ocorra de maneira ordenada e não de forma caótica, o impacto mais amplo deverá ser limitado. Paralisação Uma greve paralisou os transportes em Atenas ontem, enquanto a capital grega recebia uma visita de credores que tentam evitar uma moratória caótica do país. Funcionários da União Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional vão examinar as contas nacionais como parte dos preparativos para uma ajuda de A 130 bilhões que poderá manter o país respirando a partir de abril, quando vence um lote de dívidas. Os gregos já foram muito afetados por medidas de austeridade - elevação de impostos, redução de salários, pensões e gastos públicos - definidas em 2010, quando o país recebeu a primeira ajuda externa. O desemprego atinge o recorde de 17,7%, e o país está no quinto ano consecutivo de recessão. Ontem, o metrô de Atenas parou, as balsas não saem dos principais portos que atendem à cidade e os ônibus circulam apenas parcialmente. Os bancos também não devem abrir, e os sindicatos convocaram manifestações. "Exigimos que as políticas de austeridade sejam abandonadas e seja abolida a legislação que esmaga nossos direitos trabalhistas e de seguro e transforma nossos trabalhadores em escravos", disse em nota o sindicato EKA, que representa trabalhadores da capital.equilíbrio.

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