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Palmeiras reencontra torcida

Time recebe Ipatinga e teme pela reação dos torcedores, revoltados com os últimos tropeços

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Por Daniel Akstein Batista

Abalado psicologicamente, pressionado e com a obrigação de vencer, o Palmeiras não pode ter outro pensamento hoje, a partir das 19h10, no Palestra Itália, a não ser o do triunfo contra o lanterna Ipatinga. Um jogo fácil, ao menos na teoria, mas que pode se tornar perigoso por causa dos últimos acontecimentos. A aparente paz entre torcida e time sofreu abalos nos últimos dias. As derrotas para Grêmio e Flamengo tiraram o Palmeiras da luta pelo título e até a vaga para a Libertadores pode ficar ameaçada caso os três pontos não venham hoje. Os muros da Academia de Futebol e do Palestra foram pichados e, há nove dias, Vanderlei Luxemburgo entrou em rota de colisão com alguns torcedores no Aeroporto de Congonhas. Confusão que virou caso de polícia. O treinador pediu paz àqueles que hoje forem ao estádio (que dificilmente estará lotado), mas já admitiu que imagina encontrar um ambiente complicado na hora do jogo. Ele sabe que os torcedores não estão satisfeitos com o rendimento do time, apesar de a classificação para a Libertadores só depender do Palmeiras. O lanterna Ipatinga, teoricamente um adversário fácil - fora de casa conquistou apenas quatro pontos -, pode complicar as ambições palmeirenses por ainda lutar contra o rebaixamento. Uma derrota praticamente o colocará na Série B. O experiente goleiro Marcos pede cuidado para os companheiros: "Talvez o momento do Ipatinga seja melhor do que o nosso, já que eles vêm de uma vitória e a gente de duas derrotas." O alerta do jogador, líder do time, se deve principalmente ao histórico do Palmeiras quando recebe times considerados pequenos, que se fecham atrás. No ano passado, os paulistas foram eliminados pelo Ipatinga na segunda fase da Copa do Brasil, em casa, nos pênaltis. Neste ano, sofreram com o Sport. "Apesar de eles (os mineiros) estarem na zona de rebaixamento, não vamos ter moleza. Precisaremos correr muito", afirmou o goleiro. "E não é só o Palmeiras que tem dificuldades quando recebe times que jogam na defesa. A seleção brasileira também tem", comparou. Luxemburgo tenta hoje a centésima vitória como treinador do Palmeiras no Palestra Itália. Busca o triunfo não para abrilhantar o seu número nem para fazer as pazes com a torcida. Os três pontos são, como ele mesmo diz, obrigação de seu trabalho. "Não tenho de ganhar pelo torcedor. Tenho de ganhar porque fui contratado para isso", explicou, triste com a situação vivida por ele. "Com a vitória todos vão ficar felizes. Os que causaram o problema (no aeroporto) também vão ficar felizes."

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