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Time de Bernardinho irrita presidente da CBV

Dirigente diz para jornalistas perguntarem para técnico e atletas o motivo da má campanha na Copa do Mundo do Japão

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Por AMANDA ROMANELLI

Depois do fracasso da seleção feminina de vôlei na Copa do Mundo, agora é o time masculino que sofre com a inconstância no Japão e pode não garantir, no torneio, a classificação para a Olimpíada de Londres.O time comandado por Bernardinho perdeu ontem sua terceira partida na competição, para a Sérvia, por 3 sets a 1 (27/25, 20/25, 20/25 e 22/25). Chegará na última fase, que começa na sexta-feira, em Tóquio, na 4.ª posição, atrás de Polônia, Rússia e Itália. A Copa do Mundo classifica os três primeiros para Londres.A situação atípica da modalidade, acostumada a aparecer nos lugares mais altos do pódio, incomoda o presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), Ary Graça. O dirigente não gostou de ser questionado sobre o momento das equipes nacionais, durante a festa de lançamento da Superliga. "Quando fui campeão olímpico, tricampeão mundial, vocês vieram me entrevistar?", indagou. "Vocês foram entrevistar os jogadores, os técnicos. Então, vão lá falar com eles. Não tenho nada a dizer." Depois, mais calmo, afirmou que a situação vivida pelo vôlei brasileiro atualmente é "inusitada". "Nós precisávamos saber que podemos perder. Essa é uma coisa que a gente esqueceu", declarou. "Mas vamos manter a calma. Esse momento vai passar e seremos campeões olímpicos." Graça disse ter que "apelar para o azar" para justificar a atuação da equipe feminina, que terminou a Copa do Mundo em 5.º lugar e disputará o Pré-Olímpico em maio de 2012, no Brasil. "A Jaqueline se machucou, a Fernanda Garay, que estava arrebentando, também. A Natália não foi. Em um time de seis, se faltam três, é uma equipe reserva."Sobre os homens, garantiu que nada está perdido. E minimizou a briga entre Serginho e Bernardinho durante na vitória sobre a Argentina, no domingo - no bate-boca, o líbero xingou o técnico. "Isso acontece muitas vezes. A diferença é que uma câmera estava lá e mostrou."Superliga muda. A CBV mudou o sistema de classificação da Superliga, adotando a regra que já é utilizada pela Federação Internacional. A partir desta edição, vitórias por 3 sets a 0 ou por 3 a 1 valem três pontos. Mas, no confronto que terminar em 3 a 2, o time ganhador soma dois pontos e o perdedor, um. A medida desagradou às jogadoras, mas é vista como inevitável por Ary Graça. "É uma tendência no mundo todo. No curto prazo, vai ser difícil, mas vai funcionar a longo prazo."A levantadora Dani Lins, do Sesi, afirmou ter sido pega de surpresa. "Fiquei sabendo da mudança aqui (na festa de lançamento do torneio)", contou. "Acho que vai ser muito complicado, então temos que trabalhar bastante. Prefiro a classificação por número de vitórias." Fernanda Venturini, que deixou a aposentadoria para ser a levantadora e capitã da Unilever, também não se mostrou adepta da regra. "Sou a favor do ganhar e perder."A edição 2011/2012 começa no dia 9, sexta-feira, com cinco partidas. A final, que continuará sendo disputada em jogo único, já tem data e locais marcados: 14 de abril de 2012, no Ginásio do Maracanãzinho, no Rio.

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