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Título é o 1º passo para tirar Chelsea do vermelho

Com uma dívida de R$ 2,3 bilhões, campeão europeu prevê melhores contratos de patrocínio e menor folha de pagamento

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Por LONDRES

Em todas as partidas no Stamford Bridge, estádio do Chelsea, os torcedores abrem uma enorme bandeira com a frase "Orgulho de Londres". Ontem, quando a delegação vencedora da Copa dos Campeões desfilou em carro aberto pelas ruas da capital inglesa, a frase ecoou por todo o país. Milhares de torcedores criaram um oceano azul para ver de perto a taça que ganhou o apelido esquisito de "orelhuda", mas representa o Olimpo do futebol europeu. Nenhum clube de Londres havia conquistado o troféu. A vitória foi tão importante para a alegria londrina - e inglesa, com algum exagero - que motivou comentários do primeiro ministro David Cameron em reunião nos EUA com representantes dos oito países mais ricos do mundo. "Não é comum ver uma equipe inglesa levar vantagem sobre o time alemão. Foi uma grande vitória." Autoestima à parte, o prêmio de US$ 77 milhões (R$ 149,3 milhões) pelo título pode ser o começo da salvação da lavoura financeira. Com uma dívida da ordem de US$ 1,2 bilhão (R$ 2,3 bilhões), o clube precisa se enquadrar rapidamente nas novas medidas da Uefa, que preveem punições aos times com déficit gerado por gastos desmedidos - o chamado "fair play" financeiro. O posto de melhor da Europa deve estimular novos contratos de patrocínio, mas é preciso enxugar gastos com contratações exorbitantes. O espanhol Fernando Torres é o primeiro da lista. Antecipando-se a uma provável dispensa, o atacante manifestou sua insatisfação em entrevista à imprensa espanhola. "Tive momentos muito ruins, os piores da minha carreira, e não quero tê-los novamente. Vamos conversar e avaliar como será o meu futuro. Não estou feliz, porque joguei muito pouco."Do lado oposto, o herói do título, Didier Drogba, deve renovar seu contrato. Logo após a conquista deu a entender que pretende continuar, mas a negociação promete ser difícil: Drogba bate na mesa por um aumento no salário de mais de 500 mil (R$ 1,3 milhão)e mais dois anos de contrato. Ressabiado com a fraca temporada do marfinense até a decisão de sábado, o clube só havia oferecido um ano de contrato para o atleta de 34 anos. Milan, Barcelona e o futebol asiático estão de olho. O técnico Roberto Di Matteo, que era auxiliar de André Villas-Boas e assumiu o cargo em março, também está valorizado. "Ele fez um grande trabalho, os jogadores recuperaram a confiança. Consideramos seriamente a hipótese de ele ficar", disse o executivo-chefe do Chelsea, Bruce Buck.

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