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Ano do equilíbrio

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Por Reginaldo Leme
Atualização:

Ainda falta um mês para começarem os testes da pré-temporada da F-1, mas já se especula sobre quais equipes virão com mais força para brigar pelo título. A última temporada, uma das mais espetaculares da história, mostrou que nem sempre começar o ano na frente significa manter-se competitivo até o final, e que é possível conseguir virar o jogo durante a temporada. Os exemplos foram claros: a McLaren, que abriu o ano com vitória, ficou fora da decisão do título, enquanto que a Ferrari, com o pior carro dos últimos 20 anos, manteve-se na briga até a última bandeirada.O melhor do campeonato foram as alternativas na ponta. A McLaren saiu na frente; a Mercedes deu pinta de ser uma nova força quando fez pole e venceu na China e a Red Bull só conseguiu chegar à vitória na quarta etapa. Desprezadas as vitórias ocasionais - e estranhas - da Ferrari na Malásia e da Williams na Espanha, o campeonato entraria na normalidade na metade do ano. Gente da Sauber que eu conheço há muito tempo me garantiu que a ordem dada pelo rádio para Sergio Perez não correr riscos, quando estava muito próximo de alcançar e, inevitavelmente, ultrapassar Alonso na Malásia, não teve o intuito de frear o mexicano. Mas não dá para acreditar. Na corrida da Espanha, Maldonado herdou a pole depois da desclassificação de Hamilton, que não conseguiu trazer o carro até os boxes depois de marcar o melhor tempo e, de fato, andou muito na corrida. Resultado incontestável, mas curioso: a Williams não vencia desde 2004 e depois da vitória de Maldonado passou nove corridas seguidas sem marcar ponto e aquele fim de semana espanhol foi marcado por uma calorosa comemoração dos 70 anos de Frank Williams.Quando tudo voltou ao normal, entre a sexta e a décima etapas, o Mundial foi dominado por McLaren, Red Bull e - agora sim - a Ferrari já em nível competitivo. A partir da 11ª etapa, a McLaren parecia imbatível, mas o campeonato ainda teria uma nova virada.De Cingapura em diante, Vettel enfileirou quatro vitórias seguidas, tirou Hamilton da briga e passou a ser o único rival de Alonso. O espanhol, mesmo perdendo a briga, foi disparado o melhor piloto do ano, com 13 pódios e 18 pontuações em 20 GPs. Depois dele, o melhor foi Kimi Raikkonen. Dois anos afastado da F-1, o finlandês voltou para ser terceiro no campeonato, com 19 pontuações em 20.Não quero desmerecer o grande piloto Sebastian Vettel, tricampeão aos 25 anos, mas sou obrigado a concordar com o que Alonso dizia na época em que tentava minar a confiança do alemão: este título é mais de Adrian Newey do que de Vettel.Há ainda muito a dizer da temporada, como o período ruim de Felipe Massa e a difícil superação de quem sofre a pressão de ser tratado como segundo piloto. E mais: o fracasso da Mercedes, que resultou na demissão de Schumacher e a contratação de Hamilton. Tudo isso é assunto para a próxima semana.

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