É falso que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tenha contratado um "serviço de nuvem terceirizado" para executar a soma de votos nas eleições 2020. Na verdade, o TSE contratou a disponibilização de dois supercomputadores físicos, que ficam localizados em uma sala-cofre.
Essa alegação falsa foi compartilhada ao menos 3,3 mil vezes no Facebook e também foi enviada por leitores ao WhatsApp do Estadão Verifica, (11) 97683-7490.
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O boato diz que o supercomputador contratado pelo Tribunal não seria um equipamento físico e sim um "serviço de nuvem terceirizado". A postagem afirma ainda que isso seria prova de fraudes no pleito, tendo em vista que o TSE não "teria controle algum sobre o tal supercomputador e nem sobre seu funcionamento. Quem controla ele é uma empresa estrangeira contratada, a Oracle".
Em nota, o TSE informou que contratou da empresa Oracle um serviço chamado Cloud at Costumer. O contrato prevê a cessão, por quatro anos, de dois computadores: um principal e um redundante, para ser usado em caso de falhas. Os nomes dos servidores são Exadata X8 Full Rack, com oito nós de processamento, e Exadata X8 Half Rack, com quatro nós de processamento.
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Ainda segundo o próprio Tribunal, a empresa Oracle oferece também os softwares de banco de dados e presta serviços de suporte e atualização dos produtos, mas ressalta que "quem controla o equipamento é a equipe do TSE".
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Contrato sem licitação
As postagens virais sobre o supercomputador citam também o fato de o serviço ter sido contratado sem licitação. Isso é verdade, mas falta contexto à informação. O contrato foi assinado de acordo com a Lei de Licitações (8.666/1993), que dispensa a exigência de concorrência quando "houver inviabilidade de competição" (abaixo). Segundo o TSE, a Oracle do Brasil Sistemas Ltda. possui certidão emitida pela Associação Brasileira de Empresas de Software (ABES) para ter exclusividade para venda de serviços do tipo contratado.
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Este conteúdo também foi checado por Fato ou Fake.
Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.
Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.