Amigo de agressor extremista em Paris é preso

Abdul Hakim, detido no domingo preventivamente em Estrasburgo, foi denunciado por 'associação terrorista criminosa'

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PARIS - O amigo do agressor que cometeu um ataque extremista com faca no sábado, no centro de Paris, foi denunciado nesta quinta-feira (17) por "associação terrorista criminosa" e preso, informou uma fonte judicial.

Apresentado a um juiz de instrução depois de quatro dias de prisão preventiva, Abdul Hakim A., francês nascido na Chechênia (Rússia), havia sido detido provisoriamente por "associação terrorista visando a preparação de crimes".

O ministro do Interior, Gérard Collomb, qualificou o ataque como "odioso" Foto: AFP PHOTO / Thomas SAMSON

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Preso no domingo em Estrasburgo e monitorado por radicalização, o jovem de 20 anos é muito próximo ao autor do ataque, Khamzat Azimov.

Azimov, francês de origem chechena nascido em 1997, matou  a facadas um pessoa de 29 anos e feriu outras cinco nas ruas de Paris, perto da Ópera Garnier, antes de ser abatido por um policial. A autoria do ataque foi rapidamente reivindicada pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).

A família Azimov viveu em Estrasburgo durante vários anos antes de se mudar para Paris. Khamzat Azimov e ele estavam "sempre juntos, dentro e fora da escola". Os dois jovens muçulmanos passavam o tempo livre "jogando videogame e fazendo esportes", indicou à AFP um ex-colega de classe.

Embora não tivesse antecedentes criminais, Khamzat Azimov aparecia desde 2016 no chamado arquivo "S" (inicial que se refere à Segurança do Estado), no qual figuram mais de 10 mil pessoas consideradas uma possível ameaça à segurança do país.

Duas mulheres detidas. O procurador também anunciou a detenção, nesta quinta-feira, de duas mulheres jovens próximas a Abdul Hakim A. e a Khamzat Azimov.

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Uma das mulheres, Inès Hamza, é uma jovem radicalizada que casou religiosamente com Abdul Hakim antes de tentar viajar à Síria, disseram fontes próximas à investigação à AFP. A outra mulher é uma de suas amigas. 

Em janeiro de 2017, Inès Hamza foi denunciada por associação criminosa com finalidade terrorista e colocada sob controle judicial, com base em uma investigação envolvendo outras três mulheres. 

Na casa de Abdul Hakim A foram encontrados sete telefones celulares, mas o celular que ele utilizava com mais frequência ainda não foi localizado. 

Os investigadores detiveram no domingo os pais de Khamzat Azimov, que foram soltos na terça-feira, depois que não foram encontrados elementos que pudesse incriminá-los. 

O ataque de Azimov aumentou para 246 o número de mortos em atentados extremistas na França desde 2015. / AFP

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