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Conselho de Segurança diz que teste é 'ameaça à paz mundial'

Anúncio foi feito pelo embaixador do Uruguai na ONU, Elbio Rosselli, cujo país preside o Conselho este mês, em uma declaração que leu aos jornalistas no fim de uma reunião de emergência realizada pelo órgão

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Por Redação
Atualização:

(Atualizada às 18h19) NAÇÕES UNIDAS - O Conselho de Segurança da ONU qualificou nesta quarta-feira como uma "clara ameaça" para a paz mundial o teste nuclear realizado pela Coreia do Norte, e anunciou que trabalhará "imediatamente" para adotar uma nova resolução de condenação.

O anúncio foi feito pelo embaixador do Uruguai na ONU, Elbio Rosselli, cujo país preside o Conselho este mês, em uma declaração que leu aos jornalistas no fim de uma reunião de emergência realizada pelo órgão que é a instância máxima das Nações Unidas.

Ban Ki-moon se encontra com seus principais conselheiros para discutir a questão da Coreia do Norte Foto: AFP PHOTO / HANDOUT / UNITED NATIONS

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O teste nuclear norte-coreano é "uma clara ameaça à paz e à segurança" internacional e uma "clara violação" das resoluções da ONU que exigem ao regime de Pyongyang o fim dessas práticas.

A declaração lembra que, em outras ocasiões, as Nações Unidas tinham ameaçado adotar novas "medidas significativas" caso Pyongyang continuasse com esses testes nucleares.

Diante do teste de hoje, Rosselli declarou que os integrantes do Conselho trabalharão "imediatamente" para adotar uma nova resolução nesse sentido, sem detalhar se haverá uma ampliação das sanções já existentes.

Desde 2006, a ONU vem sancionando a Coreia do Norte pelos testes nucleares realizados até o momento (o de hoje é o quarto do qual se tem conhecimento) e pelo programa de mísseis balísticos que está desenvolvendo.

Após sua reunião de hoje, segundo a declaração divulgada no fim, o Conselho diz acreditar que o teste não só é uma violação às resoluções da ONU, mas também ao regime de não-proliferação nuclear buscado pela comunidade internacional.

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Antes da reunião, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou o teste, qualificado por ele como "extremamente problemático" e "profundamente desestabilizador para a segurança regional". 

"Este teste mais uma vez viola diversas resoluções do Conselho de Segurança, apesar de pedidos unificados da comunidade internacional para fim de tais atividades", disse Ban a repórteres. "É mais uma vez uma grave transgressão das normas internacionais contra testes nucleares."

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"Eu exijo que a Coreia do Norte cesse qualquer atividade nuclear futura e cumpra suas obrigações de desnuclearização de forma comprovável", afirmou o secretário-geral da ONU momentos antes de uma reunião de emergência do CS solicitada por EUA e Japão.

"Pretendemos trabalhar em conjunto com os outros países para que uma resolução contundente possa ser adotada pelo Conselho de Segurança o mais rapidamente possível", afirmou o ministro de Relações Exteriores do Japão, Fumio Kishida. O Japão é um dos países que têm mandato temporário de dois anos no CS.

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Um experiente diplomata ocidental disse que possíveis adições à lista de sanções da ONU contra a Coreia do Norte poderiam ser representantes estrangeiros da organização norte-coreana que administra seus empreendimentos e pessoas ligadas a uma das suas principais empresas de aquisições nucleares.

"Possíveis denominações de indivíduos e altos funcionários ligados ao programa nuclear poderiam ser benéficas, pois elevaria o perfil dos contratos norte-coreano e limitaria as viagens de altos funcionários do país", disse o diplomata sob condição de anonimato.

"Tudo depende do 'apetite' do Conselho, particularmente da posição chinesa", disse ele. "Há mais coisas que podemos fazer em termos de elaboração de listas com mais pessoas, corretores e intermediários, além de ampliar o círculo de pessoas na lista." 

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Em Seul, pessoas assistem o anuncio da TV estatal norte-coreana sobre o teste com a bomba de hidrogênio Foto: AP Photo/Ahn Young-joon

A Coreia do Norte afirmou na manhã desta quarta-feira (horário local) ter conduzido com sucesso um teste com um artefato nuclear de hidrogênio em miniatura, conseguindo grandes avanços na capacidade do país isolado em atacar outros países, o que elevou os temores no Japão e na Coreia do Sul.

Pyongyang encontra-se sob o efeito de sanções do Conselho de Segurança da ONU em razão de seu programa de desenvolvimento de armas nucleares desde que realizou seu primeiro teste com um aparato atômico, em 2006. / REUTERS e EFE

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