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Cuba e seu exército de jalecos brancos

País forma 10,5 mil médicos por ano - 2,5 mil a menos que o Brasil, que tem população 18 vezes maior

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De todos os médicos cubanos que foram retirados do Brasil, ao menos 3 mil devem seguir para o México. A negociação entre o primeiro representante da esquerda a chegar à presidência mexicana, Andrés Manuel López Obrador, e o regime cubano começou em setembro, segundo apurou o Estado. Conheça mais sobre Cuba e seus médicos.

Comunidade indígena de Belém dos Solimões contava com dois médicos cubanos Foto: Hélvio Romero / Estadão

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Exportação

Alguns países exportam matérias-primas, outros, produtos industrializados. Cuba, que tem a maior relação de médicos por habitantes do mundo, exporta serviços de saúde. Dos mais de 185 mil médicos cubanos, 50 mil estão em missões em 67 países. Geralmente, eles trabalham onde médicos locais não vão. Em retorno, trazem para Cuba cerca de US$ 5 bilhões por ano, duas vezes o que a ilha ganha com exportações. A receita representa 7% do PIB – de US$ 82 bilhões. 

Escala industrial

Desde os anos 60, Cuba investe 10,5% do PIB em saúde. Hoje, forma 10,5 mil médicos por ano (2,5 mil a menos que o Brasil, que tem população 18 vezes maior). Deste total, 4.843 formandos são estrangeiros, que estudaram de graça. Eles vêm de 70 países, mas a metade é de bolivianos, equatorianos, mexicanos e argentinos. A estratégia é mantida pelo atual presidente, Miguel Díaz-Canel. 

Diplomacia

A medicina cubana impulsiona a diplomacia do país desde a década de 60, quando Fidel designou “um exército de jalecos brancos” para a África. Fidel oferecia serviços médicos a países que sofressem desastres naturais – mesmo que seus governos fossem anticomunistas. Foi o que aconteceu nos terremotos do Chile, em 1960, da Nicarágua, em 1972, e do Irã, em 1990, e também no furacão Mitch, em 1998, que matou 11 mil pessoas na América Central e no Caribe. 

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Meio a meio

Parte dos médicos cubanos prefere viajar nas missões internacionais do que ficar em Cuba, por razões profissionais e econômicas: o salário na ilha atinge em média US$ 50 mensais, mesmo para profissionais experientes. Os salários pagos a quem vai para o exterior são mais altos, no mínimo US$ 1.000, fora os adicionais em função das responsabilidades e dos plantões. Ou seja, eles teriam renda maior, mesmo que precisassem entregar ao Estado de 50% a 70% de sua renda.

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