MANÁGUA - A estudante universitária brasileira Raynéia Gabrielle Lima, de 30 anos, foi morta a tiros na noite da segunda-feira 23 em Manágua, capital da Nicarágua, segundo a Embaixada do Brasil no país caribenho.
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Nota divulgada pela Polícia Nacional da Nicarágua indica que Raynéia estava sozinha no veículo e foi atingida por ao menos um disparo por um guarda de vigilância particular. De acordo com o documento, a estudante foi levada ao Hospital Militar Escola Alejandro Dávila Bolaños, onde morreu. A polícia informou que o guarda que realizou os disparos contra Raynéia está sendo investigado para esclarecer as motivações.
Mais cedo, em relato publicado no Twitter, a Coordinadora Universitaria, uma agremiação de estudantes de oito universidades nicaraguenses, disse que Raynéia voltava para casa na noite de segunda quando seu veículo foi atingido a tiros perto do Colégio Americano por paramilitares que ocupam a Universidade Nacional Autônoma.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores disse que busca esclarecimentos sobre a morte da estudante e condenou "o uso desproporcional e letal da força" no país.
A Nicarágua vive uma onda de protestos desde o dia 18 de abril, quando a população rejeitou uma proposta de reforma da previdência que depois foi abandonada pelo governo.
Raynéia era estudante de medicina na Universidade Americana de Manágua (UAM). Ela estava perto de terminar o curso e já fazia residência, informou ao Estado seu pai, Ridevando Pereira. contou que soube da morte da filha por meio de uma ligação da embaixada brasileira. Segundo ele, a família tem poucas informações e está se atualizando pelas redes sociais e pela imprensa. "Estamos em contato com a embaixada para saber alguma coisa", disse.
De acordo com informações da embaixada brasileira na capital da Nicarágua, a estudante voltava de carro de um plantão no Hospital Carlos Roberto Huembes e já estava perto de casa, na região de Lomas de Montserrat, quando foi atacada e morreu.
Raynéia terminaria a residência em fevereiro de 2019. A jovem morava sozinha na Nicarágua havia cinco anos.
Esclarecimentos.
As autoridades do País já notificaram o governo de Daniel Ortega sobre o caso e pediram explicações. A embaixadora nicaraguense em Brasília também deve ser convocada pelo governo, segundo uma diplomata brasileira em Manágua ouvida pela reportagem - até o momento as autoridades da Nicarágua não se pronunciaram.
Segundo informações da embaixada brasileira, o reconhecimento do corpo já foi realizado e os resultados da autópsia são esperados para os próximos 15 dias. Ainda não há prazo para que o corpo da estudante seja liberado pelas autoridades e possa ser trazido para o Brasil.
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A Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH) e o Escritório do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos acusam o presidente Daniel Ortega de causar graves violações dos direitos humanos, “assassinatos, execuções extrajudiciais, maus-tratos, possíveis atos de tortura e detenções arbitrárias”.
O governo nega as acusações. O país vive a crise sociopolítica mais sangrenta desde a década de 80, quando Ortega também era líder. / COM EFE