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França e EUA juntam forças em mediação

Decisão pode ser primeiro passo de política conjunta para região

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Por Andrei Netto
Atualização:

A França e os EUA somarão esforços diplomáticos para evitar violações na trégua firmada entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza. A decisão, o primeiro passo do que pode se tornar uma nova política conjunta para o Oriente Médio, foi anunciada ontem, em Paris, após reuniões entre o enviado especial americano à região, George Mitchell, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e o chanceler francês, Bernard Kouchner. Os dois países tentam mediar um cessar-fogo prolongado no território palestino. A reunião entre Mitchell e Kouchner também serviu como preparatória para a visita que o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, faria a Sarkozy na noite de ontem, como parte de um giro diplomático por países europeus. Após o encontro, Kouchner revelou a prioridade tanto dos EUA quanto da França: "É preciso agir rápido para prestar apoio a Abbas e reabrir os pontos de passagem entre Israel e a Faixa de Gaza." O chanceler francês discutiu com Mitchell a proposta francesa de "reconciliação interpalestina", que prevê uma união entre o grupo Fatah, liderado por Abbas - que administra a Cisjordânia -, e o Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde junho de 2007. Mitchell não levou propostas concretas para relançar o processo de paz. O temor dos governos dos EUA e da França é o de que a trégua, ainda frágil, possa ser rompida com ataques em grande escala a qualquer momento. Uma nova investida israelense ampliaria o número de mortes em Gaza, que chegou a 1,3 mil em 22 dias de conflito. Mesmo após o fim oficial das hostilidades, dia 18, a trégua foi desrespeitada pelos dois lados. Israel acusa o Hamas de ter lançado vários foguetes contra o país nas últimas duas semanas, ferindo um civil e dois militares. VIOLÊNCIA Em uma nova onda de violência na Faixa de Gaza desde o cessar-fogo, militantes palestinos dispararam ontem, sem deixar feridos, duas granadas de morteiro contra o sul de Israel, que respondeu com ataques aéreos contra o automóvel que supostamente transportava os agressores, em Rafah. De acordo com fontes médicas de Gaza, a retaliação israelense deixou um militante morto e três feridos. Israel também voltou a atacar túneis perto da fronteira com o Egito. No domingo, palestinos dispararam pelo menos quatro foguetes e várias granadas de morteiro contra o território israelense. Em resposta, a aviação de Israel bombardeou o sul de Gaza, onde se concentram os túneis clandestinos usados pelos palestinos para contrabandear produtos e armamento para o Hamas. A oito dias das eleições israelenses, a chanceler e candidata à chefia de governo, Tzipi Livni, voltou a afirmar que Israel continuará a atacar Gaza e não negociará com o grupo palestino. "O terror deve ser combatido com força. E é por isso que atacaremos o Hamas", disse.

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