Cada um dos lados possui seus argumentos. Hillary é claramente contra as colônias, mas busca agora um meio-termo entre a posição dos EUA e a de Netanyahu. Esta iniciativa não é a mais correta. O "meio-termo" seria pressionar Israel a conter a ampliação das colônias e, ao mesmo tempo, forçar os palestinos a conter o incitamento contra os israelenses.
Netanyahu age dentro dos seus interesses políticos, de acordo com a sua coalizão, mais conservadora. Não adianta imaginar que o premiê vá mudar muito, por mais pragmático que seja. Será complicado convencer seus aliados a seguirem junto. O ideal, para Israel e para o processo de paz, seria uma coalizão que incluísse Tzipi Livni, do Kadima, e não os partidos radicais.
Abbas tenta se equilibrar. Trata-se de uma figura fraca, mas sem dúvida a mais moderada entre os palestinos. Sabotar o presidente da AP significa fortalecer seus adversários, como o Hamas. E, mesmo dentro do Fatah, começa a surgir uma radicalização diante da total falta de resultados no inexistente diálogo com Israel. Para complicar, eleições estão marcadas para janeiro.
Pode até ser que alguns israelenses torçam por uma vitória do Hamas. Poderiam argumentar para Obama - "Veja como os palestinos são radicais, não dá para fazer a paz com eles". Mais ou menos como os palestinos fizeram em fevereiro - "Veja como os israelenses são radicais, o Liberman será ministro das Relações Exteriores". Mas este pensamento não levará nada.