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De Beirute a Nova York

Entenda a "guerra" civil dos Republicanos nos EUA

Depois da derrota de Mitt Romney para Barack Obama nas eleições presidenciais de novembro, o Partido Republicano dos EUA vive uma guerra civil. A facção vencedora definirá o futuro do GOP, como é conhecida a legenda no país.

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Por gustavochacra
Atualização:

De um lado, está a ala mais conservadora, com suas subdivisões. Eles preferem priorizar bandeiras da área social, como o combate ao direito ao aborto, a oposição ao casamento entre homossexuais, porte de armas de ataque (AR-15)e a não permissão para a permanência nos EUA de imigrantes sem documento. Esta tem sido a posição adotada pelo partido desde 2008.

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Do outro, tem crescido uma ala mais moderada que prefere ter o foco em questões econômicas, não sociais. Eles avaliam que a maior parte da população americana apoia o casamento entre homossexuais, o direito ao aborto e uma via para a legalização dos imigrantes sem documento e não há nada que os republicanos possam fazer para reverter estas tendência - eles admitem ter perdido. Já em economia, a maioria se aproximaria do pensamento republicano, com menos intervenção do Estado. Além disso, os temas sociais muitas vezes cabem aos Estados e à Suprema Corte, não a deputados, senadores e presidentes.

Os conservadores discordam e afirmam que um dos problemas nas eleições de novembro for ter colocado um candidato moderado, como Romney. Se fosse um conservador como Rick Santorum, dizem eles, Obama seria derrotado. Obviamente, esta avaliação é completamente equivocada.

Romney teria chance de vencer se fosse o governador moderado de Massachusetts de anos anteriores. Mas, nas primárias, radicalizou o discurso para conseguir a nomeação. Nas próximas eleições, os republicanos, se quiserem ter alguma chance, precisam de figuras moderadas e com discurso moderado, a não ser em economia, onde o desempenho de Obama é medíocre.

Por último, vale lembrar que, além destas duas alas, existem os libertários. Eles são à direita dos republicanos comuns em economia, mas à esquerda de Obama em temas como política externa, casamento entre homossexuais, legalização das drogas e imigração. O problema é que, equivocadamente, muitos os associam aos ultra-conservadores.

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O jornalista Gustavo Chacra, correspondente do jornal "O Estado de S. Paulo" em Nova York e nas Nações Unidas desde 2009 e comentarista do programa Globo News Em Pauta, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Iêmen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti, Furacão Sandy, Eleições Americanas e crescimento da Al-Qaeda no Iêmen.No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

 

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