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Jornalistas paraguaios exigem fim da impunidade no país

Manifestantes exigem que o governo investigue o desaparecimento de um repórter e puna os assassinos de três outros profissionais de imprensa

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Por Agencia Estado
Atualização:

Dezenas de jornalistas exigiram nesta quarta-feira que as autoridades paraguaias esclareçam o desaparecimento de um repórter e a punição dos assassinos de três outros profissionais de imprensa. A manifestação foi convocada para marcar o Dia do Jornalista no Paraguai. Os jornalistas lembraram seu colega Santiago Leguizamón, assassinado por pistoleiros em 1991, em Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil. A suspeita é de que o crime tenha sido encomendado por traficantes de drogas, mas o caso ainda não foi esclarecido pela Justiça. Os jornalistas se concentraram diante de um monumento em memória de Leguizamón, em Assunção. De lá, foram em passeata até a sede do Poder Judiciário, onde exigiram a punição dos culpados. O jornalista tinha denunciado a corrupção política e o controle exercido pelos traficantes de drogas em Pedro Juan Caballero, que fica junto a Ponta Porã (MS). Os filiados ao Sindicato de Jornalistas também exigiram dos poderes públicos "uma investigação séria" sobre o desaparecimento de Enrique Galeano, da rádio Azotey, da cidade de Horqueta. Ele está desaparecido desde 4 de fevereiro. Até agora as autoridades não avançaram na investigação. Os parentes de Galeano, que também denunciava os traficantes de maconha que atuam na fronteira com o Brasil, temem que ele tenha sido assassinado. O Sindicato denuncia também a impunidade dos assassinos de Salvador Medina, morto em 2000 após denunciar numa rádio comunitária o tráfico ilegal de madeira, e de Samuel Román, cujo corpo foi encontrado em Coronel Sapucaia (MS), perto da fronteira com o Paraguai, em 2004. Os manifestantes protestaram contra o permanente assédio aos jornalistas no exercício da profissão e a perseguição aos dirigentes sindicais em algumas empresas. A programação do Dia do Jornalista inclui atos culturais como debates, seminários e o lançamento do livro "Meio-dia na terra de ninguém", que conta o caso Leguizamón em formato de história em quadrinhos.

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