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Kamala Harris anuncia investimento de U$ 562 milhões para proteger EUA de mudanças climáticas

Financiamento será voltado para 149 projetos em todo o país, especialmente no litoral; em discurso, vice-presidente pontuou que crise climática representa “uma profunda ameaça”

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Por Redação
Atualização:

MIAMI – Os Estados Unidos vão investir U$562 milhões (cerca de R$ 2,8 bilhões) para financiar as zonas costeiras do país diante da ameaça de mudanças climáticas, anunciou a vice-presidente Kamala Harris em um ato na Universidade de Miami nesta sexta-feira, 21. O investimento será gasto em 149 projetos em todo o país com o objetivo de melhorar a resiliência a ameaças como o aumento do nível do mar e os tipos de inundações costeiras que recentemente atingiram a parte sudeste do estado.

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“A crise climática representa uma profunda ameaça, como todos sabemos, para nossa nação e para o mundo”, declarou Harris na véspera do Dia da Terra. A vice-presidente se mostrou preocupada com as consequências do aquecimento global para os EUA, destacando a presença de furacões e tempestades mais fortes, assim como maiores secas e incêndios, e apontou os litorais como zonas especialmente frágeis.

“Viver em uma comunidade costeira significa estar na primeira linha da crise climática”, disse ao enfatizar a importância do novo plano de investimentos. O dinheiro será voltado em parte a “infraestruturas naturais” como a restauração dos manguezais e corais para reduzir o impacto das tempestades tropicais e filtrar a contaminação nos oceanos.

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, faz comentários sobre os esforços do governo para combater a crise climática e desenvolver a resiliência da comunidade contra climas extremos, no evento de Anúncio de Financiamento de Resiliência Costeira da Associação Oceânica e Atmosférica Nacional na Universidade de Miami, na Flórida. Foto: GIORGIO VIERA / AFP

Harris disse que os projetos, espalhados por 30 estados, são um exemplo de como os investimentos climáticos impulsionam a criação de empregos e a manufatura enquanto lidam com uma grande questão ambiental.

Harris também evidenciou os benefícios econômicos desse tipo de investimento. “Aqui na Flórida, nosso trabalho criará empregos para trabalhadores da construção, engenheiros ambientais e arquitetos paisagistas”, indicou. “As empresas locais economizarão milhões de dólares em danos causados por inundações, furacões e erosão”, acrescentou.

Nas redes sociais, a vice-presidente publicou neste sábado, 22, um elogio aos jovens líderes, pais e ativistas que impulsionam o movimento climático. “No Dia da Terra, celebramos os jovens líderes, pais e ativistas que impulsionam o movimento climático”, escreveu. “É por causa de sua liderança que aprovamos o maior investimento em ação climática da história. Temos o ímpeto – vamos continuar a luta.”

Exposição

A Flórida, no sudeste dos EUA, é um dos lugares do país mais expostos ao aumento do nível do mar, devido à sua baixa altitude e seus mais de 1.300 km de costa. A região também é muito vulnerável a tempestades tropicais e furacões como Ian, que, em setembro, deixou cerca de 150 mortos e destruiu cidades como Fort Myers Beach, na costa do golfo do México.

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O estado receberia cerca de US$ 78 milhões para projetos que vão desde a restauração do habitat de ostras em Pensacola Bay até a proteção contra inundações em Jacksonville e a remoção de 200.000 pneus de Tampa Bay e do Golfo do México que foram submersos décadas atrás como recifes artificiais.

Cientistas do clima dizem que esses eventos extremos de chuva, antes raros, ocorrerão com mais frequência à medida que as temperaturas esquentarem, piorando em regiões costeiras como a Flórida devido ao aumento do nível do mar.

“Esses eventos de fortes chuvas, juntamente com o aumento do nível do mar na costa da Flórida, precisam servir como um ‘alerta’ significativo para os residentes do sul da Flórida sobre os graves riscos que as mudanças climáticas representam para eles”, disse Jason Furtado, professor de meteorologia da Universidade de Oklahoma.

A rápida viagem de Harris a Miami ocorreu no mesmo dia em que o presidente Joe Biden assinou uma ordem executiva que criaria o Escritório de Justiça Ambiental da Casa Branca. O objetivo é garantir que a pobreza, a raça e o status étnico não levem a uma pior exposição à poluição e danos ambientais./AFP e AP

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