Maduro eleva preço da gasolina em 41 cidades fronteiriças com a Colômbia
Medida integra pacote de ações para reduzir contrabando de combustível que, segundo o presidente, causa prejuízos estimados em US$ 18 milhões à estatal PDVSA; segunda etapa do plano elevará preço em toda a fronteira e, última fase, consolidará em todo o país
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Por Redação
CARACAS - O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira, 30, o aumento do preço da gasolina vendida em 41 municípios fronteiriços com a Colômbia. A medida integra um pacote de alterações na política de combustíveis divulgada há duas semanas. Segundo o mandatário, a nova tarifa ajudará a reduzir o contrabando de gasolina na região.
"Colocarei um preço superior ao da gasolina vendida na Colômbia em toda a fronteira. Já chega de roubos", disse Maduro, sem detalhar os novos valores. Segundo ele, a medida entrará em vigor a partir da próxima terça-feira, 4.
Maduro diz que contrabandistas compram gasolina subsidiada na Venezuela para revender a preços internacionais na Colômbia e no Caribe, provocando milhões de dólaresem prejuízos ao país Foto: EFE/Prensa Miraflores
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No último dia 13, o presidente anunciou que aumentaria o preço da gasolina como forma de reduzir o contrabando do combustível, que é comprado a preço subsidiado na Venezuela e revendido a preço internacional na Colômbia e no Caribe.
À época, Maduro afirmou que a estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA) calcula prejuízo de US$ 18 milhões tanto pela revenda ilegal quanto pela política de subsídios, que barateia a gasolina nos postos e eleva a diferença entre os custos de produção e venda do combustível.
Inicialmente, apenas 41 municípios serão afetados pela nova precificação. A segunda etapa estenderá a mudança a todas as cidades fronteiriças e, por fim, a última fase consolidará o valor em todo o país.
Inflação: Quanto se gasta para fazer compras na Venezuela
1 / 13Inflação: Quanto se gasta para fazer compras na Venezuela
Queijo: 7,5 milhões de bolívares
O preço equivale a US$ 1,14 e foi registrado em um mini-mercado em Caracas, capital da Venezuela, em 16 de agosto. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Pacote de absorventes: 3,5 milhões de bolívares
O preço foi registrado em um mini-mercado na vizinhança de Catia, em Caracas, e corresponde a US$ 0,53. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Um quilo de arroz: 2,5 milhões de bolívares
O preço corresponde a US$ 0,38 e foi registrado em 16 de agosto, na capital Caracas. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
500 g de margarina: 3 milhões de bolívares
O preço foi registrado em um mini-mercado informal na vizinhança de Catia, de baixa renda, em Caracas. O custo do produto corresponde a US$ 0,46. Foto:
1 quilo de cenouras: 3 milhões de bolívares
O custo corresponde a US$ 0,46 e foi registrado em um mercado informal em Caracas. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
1 quilo de farinha de milho: 2,5 milhões de bolívares
O preço equivale a US$ 0,38. O registro foi feito no dia 16 de agosto, em um mercado de Catia, região de baixa renda em Caracas. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Sabonete: 3,5 milhões de bolívares
No dia 16 de agosto, o preço foi registrado em um mini-mercado da capital venezuelana. O preço corresponde a US$ 0,53. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Pacote de fraldas: 8 milhões de bolívares
O custo equivale a US$ 1,22 e foi registrado no dia 16 de agosto, em Caracas. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
2,4 quilos de frango: 14,6 milhões de bolívares
O preço é o equivalente a US$ 2,22 e seu registro foi realizado no dia 16 de agosto. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Um rolo de papel higiênico: 2,6 milhões de bolívares
O preço foi registrado em um mini-mercado informal de um bairro de baixa renda, em Caracas. O valor corresponde a US$ 0,40. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
1 quilo de macarrão: 2,5 milhões de bolívares
O valor é equivalente a US$ 0,38 e foi registrado no dia 16 de agosto, em um mini-mercado informal. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
1 quilo de carne vermelha: 9,5 milhões de bolívares
O preço equivale a US$ 1,45 e foi registrado em mercado informal de Caracas. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
1 quilo de tomates: 5 milhões de bolívares
Preço é o equivalente a US$ 0,76 e foi registrado em um pequeno mercado informal no bairro de Catia, em Caracas. Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Nos próximos dias, Maduro também planeja detalhar um novo plano de preços de hidrocarbonetos e subsídios à gasolina aos cidadãos que possuem a "Carteira da Pátria", documento de identificação do governo chavista.
O preço da gasolina da Venezuela, a mais barata do mundo, é um tema muito delicado desde 1989, quando houve uma revolta popular - conhecida como Caracazo - depois de um aumento ordenado pelo então presidente Carlos Andrés Pérez.
Pelo menos 300 pessoas morreram nos distúrbios e nos confrontos entre policiais e civis./ASSOCIATED PRESS