DUBAI - Metade das crianças com menos de cinco anos sofrerão de desnutrição em 2021 no Iêmen, e centenas de milhares delas podem morrer por falta de assistência humanitária, alertaram quatro agências da ONU nesta sexta-feira, 12.
O conflito que assola este país da península arábica, pobre, mas em uma área estratégica, o afundou na pior crise humanitária do mundo, segundo a ONU, com dezenas de milhares de mortos, milhões de deslocados e uma população exposta à fome.
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"A desnutrição aguda ameaça metade das crianças menores de cinco anos no Iêmen em 2021", ou seja, cerca de 2,3 milhões de crianças, alertaram a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Delas, 400.000 sofrerão desnutrição aguda severa e poderão morrer se não receberem um tratamento urgente", afirmaram, em um comunicado conjunto.
O número, ainda de acordo com as agências, representa um aumento de 22% comparado com 2020. Cerca de 1,2 milhão de mulheres grávidas ou que amamentam também sofrerão desnutrição aguda em 2021.
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"A cada dia que passa sem se fazer nada, mais crianças vão morrer. As organizações humanitárias precisam urgentemente de recursos previsíveis e um acesso livre às populações", disse a diretora-geral da Unicef, Henrietta Fore.
O Iêmen está registrando os piores níveis de desnutrição aguda severa desde a escalada do conflito em 2015, quando a coalizão militar liderada pela Arábia Saudita começou a interferir em apoio às forças do governo contra os rebeldes houthis, apoiados pelo Irã.
"A crise no Iêmen é uma mistura tóxica do conflito, do colapso econômico e de uma escassez grave de financiamento para fornecer ajuda vital", lembrou o diretor executivo do PMA, David Beasley. "Existe uma solução contra a fome: comida e o fim da violência", insistiu./ AFP