MOSCOU - Rússia e Estados Unidos estão perto de chegar a um acordo sobre a cooperação militar em Alepo, cidade-chave do conflito sírio, onde as forças de Damasco e rebeldes se enfrentam, anunciou o ministro da Defesa russo, Serguei Choigu, na segunda-feira.
"Estamos em uma fase muito ativa das negociações com nossos sócios americanos (...) e em contato quase permanente com Washington", afirmou Choigu, em uma entrevista transmitida pela televisão russa.
"Avançamos etapa por etapa para uma configuração - e aqui não falo apenas de Alepo - que nos permitirá encontrar objetivos comuns e começar a lutar juntos para que a paz se instaure nessa terra que sofre há tanto tempo", acrescentou.
Washington evitou confirmar a informação. "Nesse momento, não temos nada a anunciar", disse a porta-voz Elisabeth Trudeau. "Falamos regularmente com autoridades russas sobre a forma de consolidar o cessar das hostilidades, de melhorar o acesso humanitário e de criar as condições necessárias para uma solução política para o conflito."
A batalha de Alepo, a mais importante desde o início do conflito em 2011, é crucial tanto para o governo quanto para os rebeldes. Os dois adversários acumulam tropas para tentar ocupar completamente a segunda mais importante cidade do país e antiga capital econômica.
Ataques. Bombardeiros da Rússia posicionados no Irã atacaram alvos de militantes na Síria nesta terça-feira, 16, informou o Ministério da Defesa russo, depois que Moscou encaminhou aeronaves para uma base da Força Aérea iraniana para ampliar sua campanha no território sírio.
O ministério disse que os ataques com bombardeiros de longo alcance Tupolev-22M3 e caças-bombardeiros Sukhoi-34 foram realizados a partir da base aérea iraniana de Hamadan.
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Acredita-se ter sido a primeira vez que a Rússia atacou alvos dentro da Síria a partir do Irã desde que iniciou uma campanha de bombardeios em apoio ao presidente sírio, Bashar Assad, em setembro.
A ação mostra que a Rússia está expandindo seu papel e sua presença no Oriente Médio, e acontece em meio a reportagens da mídia russa segundo as quais Moscou pediu permissão ao Irã e ao Iraque para disparar mísseis de cruzeiro contra alvos sírios por meio de seus territórios a partir do Mar Cáspio.
A pasta disse que os ataques desta terça-feira visaram o Estado Islâmico e militantes - antes conhecidos como Frente Al-Nusra - nas províncias de Alepo, Idlib e Deir es-Zor. Os bombardeiros vinham sendo protegidos por jatos da base aérea russa de Hmeymim, na província síria de Latakia, disse o ministério. / AFP e EFE