Presidente da Ucrânia acusa Lula de “coincidir com narrativas” de Putin

Zelenski criticou comentários de Lula sobre a guerra da Rússia na Ucrânia e afirmou que declarações como as do mandatário brasileiro “não ajudam a trazer a paz”

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, acusou neste domingo Luiz Inácio Lula da Silva de “coincidir com as narrativas” do líder russo Vladimir Putin, após o mandatário brasileiro ter dito que nem Rússia, nem Ucrânia querem a paz, “enquanto ainda há pessoas morrendo”.

PUBLICIDADE

“Não sei por que é que (Lula) tem de coincidir com as narrativas de Putin”, disse Zelenski durante uma entrevista à Agência EFE e a vários veículos de comunicação latino-americanos em Kiev, quando questionado sobre as declarações feitas pelo presidente brasileiro nesta semana.

Zelenski comentou que Putin “não é diferente de nenhum colonizador”, afirmando que ele “mente e manipula constantemente” e “está matando crianças e estuprando mulheres”.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, participa de uma coletiva de imprensa durante a cúpula da OTAN em Vilnius, Lituânia, em 12 de julho de 2023.  Foto: TIM IRELAND / EFE

“Espero que ele (Lula) tenha uma opinião própria. Não creio que seja necessário que os seus pensamentos coincidam com os pensamentos do presidente Putin”, acrescentou Zelenski, que afirmou que declarações como as do mandatário brasileiro “não ajudam a trazer a paz”.

O chefe de Estado ucraniano insistiu em convidar Lula a se reunir com ele para falar pessoalmente sobre o que está acontecendo na Ucrânia.

“Para ser honesto, se o presidente Lula quiser me dizer alguma coisa, que se sente (comigo) e me diga. Pensei que ele tivesse uma compreensão mais ampla do mundo”, enfatizou.

Lula já se apresentou em várias ocasiões como um possível mediador entre Ucrânia e Rússia. Enquanto o presidente brasileiro defende o início das conversas nas atuais circunstâncias, Zelenski se recusa a comparecer à mesa de negociações enquanto a Rússia não retirar as suas tropas dos territórios que ocupa na Ucrânia. /EFE

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.