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Primárias antecipam disputa eleitoral argentina

Antes um procedimento burocrático, votações internas de hoje viram termômetro para avaliar força de candidatos da eleição presidencial de outubro

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Por Ariel Palacios
Atualização:

CORRESPONDENTE / BUENOS AIRESOs argentinos votam hoje em convenções partidárias simultâneas, abertas e obrigatórias. Há poucos meses, as primárias prometiam não passar de um trâmite burocrático. Mas, diante da disparidade das pesquisas e do grande volume de indecisos, a votação transformou-se em uma prévia das eleições presidenciais de 23 de outubro.Os resultados - que começarão a aparecer entre hoje à noite e a madrugada de segunda-feira (não há voto eletrônico na Argentina) - indicariam quais seriam as chances de a presidente Cristina Kirchner obter a vitória no primeiro turno, além de mostrar qual será o candidato favorito da oposição. Segundo o cientista político Mario Serrafero, pesquisador do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas, as primárias seriam um "primeiro turno virtual no qual será possível visualizar o rendimento de cada um dos concorrentes a ocupar a Casa Rosada". A analista de opinião pública Mariel Fornoni, da consultoria Management & Fit, disse ao Estado que, embora exista um cenário mostrando mais de 55% do eleitorado contra o kirchnerismo, a marcante dispersão da oposição é um fator que possibilitaria uma vitória de Cristina em outubro.Sondagem. Uma pesquisa da Management & Fit indicou que Cristina, da Frente pela Vitória, uma sublegenda do Partido Justicialista (peronista), conta com 36,8% das intenções de voto. O deputado Ricardo Alfonsín, da União Cívica Radical (UCR), que integra a coalizão União para o Desenvolvimento Social (Udeso), tem 17,5%. Um pouco atrás vem o ex-presidente Eduardo Duhalde, que pertence a uma facção do peronismo dissidente, com 12,7% das intenções. O governador de San Luis, Alberto Rodríguez Saá, de outro setor peronista dissidente, tem 6,2%, enquanto que o socialista Hermes Binner tem 6,1% das intenções de voto. A deputada Elisa Carrió, da Coalizão Cívica, aparece com 4,5%.

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