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Rússia bombardeia edifício em Dnipro, na Ucrânia, e deixa pelo menos 40 civis mortos e 75 feridos

Ataque é considerado um dos mais mortais contra alvos civis desde o início da guerra, em fevereiro do ano passado

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Por Redação
Atualização:

KIEV - O número de mortos no bombardeio russo a um edifício residencial no sábado, 14, em Dnipro, na Ucrânia, aumentou para 40 nesta segunda-feira, 16. Trata-se de um dos ataques com mais vítimas civis em toda a guerra, iniciada há quase um ano. Mais de 70 pessoas ficaram feridas e outras 30 seguem desaparecidas.

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O bombardeio atingiu um edifício residencial da cidade, localizada no leste da Ucrânia, e foi feito em conjunto com outros ataques russos em toda a Ucrânia em meio às comemorações do Ano Novo ortodoxo. Equipes de resgate fazem buscas nos escombros desde a madrugada e pelo menos uma mulher foi resgatada com vida.

Segundo as autoridades ucranianas, pelo menos 400 pessoas viviam no prédio atingido e ao menos 39 foram resgatadas com vida. Ao todo, 72 apartamentos foram destruídos no ataque. A Rússia também alvejou a capital, Kiev, e a cidade de Kharkiv, no nordeste, encerrando uma pausa de duas semanas nos ataques aéreos lançados contra a infraestrutura de energia e centros urbanos da Ucrânia feitos quase semanalmente desde outubro.

Esquipes de resgate carregam sobrevivente de um bombardeio russo a área residencial de Dnipro, na Ucrânia, em imagem deste domingo, 15. Rússia bombardeou regiões de todo o país em meio às comemorações do Ano Novo ortodoxo Foto: Yevhenii Zavhorodnii / AP

O bombardeio ao prédio é um de uma série de ataques devastadores em larga escala em áreas residenciais da Ucrânia desde que a guerra começou, em 24 de fevereiro do ano passado. Ataques a alvos como estações de trem, shoppings e bairros residenciais levaram a uma perda significativa de vidas civis, enquanto o bombardeio de cidades e vilas perto da linha de frente também causou um número crescente de mortes de civis.

De acordo com o direito internacional, é um crime de guerra atacar deliberada ou imprudentemente populações civis e lugares onde os civis provavelmente se reuniriam. A Rússia reconheceu neste domingo os ataques com mísseis, mas não mencionou o prédio de Dnipro. Moscou nega repetidamente ter alvejado civis na guerra.

Imediatamente após o ataque ao prédio, agências de notícias pró-russas e influentes blogueiros militares argumentaram que o edifício foi atingido por fragmentos do míssil após as defesas aéreas ucranianas tentarem interceptá-lo. As forças ucranianas desmentiram e afirmam que se tratou de um ataque direto. “As Forças Armadas da Ucrânia não têm armas capazes de derrubar esse tipo de míssil”, disse a vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Maliar.

O projétil disparado contra o prédio foi o míssil de cruzeiro Kh-22, também conhecido como míssil X-22. Segundo Maliar, desde o início da guerra mais de 210 mísseis desse tipo foram usados em ataque ao território ucraniano.

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Depois dos novos bombardeios neste sábado, grande parte das regiões da Ucrânia registraram quedas de energia por danos causados contra as instalações elétricas. “É possível parar o terror russo? Sim, é possível. Isso pode ser feito de outra forma que não seja no campo de batalha na Ucrânia? Infelizmente, não”, disse o presidente ucraniano Volodmir Zelenski.

‘Dinâmica positiva’, diz Putin

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse neste domingo que a campanha militar russa segue uma “dinâmica positiva” após anunciar na sexta-feira, 13, a captura da cidade de Soledar, também no leste, algo negado pela Ucrânia. “A dinâmica é positiva e tudo está evoluindo de acordo com os planos do Ministério da Defesa e do Estado-Maior. Espero que nossos combatentes nos deem mais alegria com seus resultados militares”, disse em entrevista à televisão estatal russa.

A captura da cidade foi apresentada em Moscou como uma vitória após meses de reveses na Ucrânia, em particular a retirada da região de Kharkiv no nordeste, e da cidade de Kherson, no sul, pelo sucesso das contraofensivas ucranianas. A Ucrânia, no entanto, nega que tenha perdido o controle de Soledar.

De acordo com o exército russo, a conquista de Soledar, onde há enormes galpões que permitiriam armazenar equipamentos militares e se infiltrar atrás das linhas inimigas, é uma etapa importante para cercar a cidade vizinha de Bakhmut, que Moscou tenta conquistar há meses.

Tanques do Reino Unido

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Mais uma vez, Zelenski reforçou o pedido de mais armas para a Ucrânia. No sábado, o Reino Unido prometeu fornecer 14 tanques de guerra Challenger 2 nas próximas semanas. O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, disse a Zelenski que a entrega reflete “o compromisso do Reino Unido em intensificar o apoio à Ucrânia”.

O Reino Unido se tornou o primeiro país a enviar esse tipo de tanque para a Ucrânia. Zelenski saudou a decisão de Londres e disse que ela não é apenas um reforço no campo de batalha, mas também um recado para outros países aliados.

A Rússia reagiu ao anúncio garantindo que a decisão apenas intensificará o conflito. “Irá gerar mais vítimas, inclusive entre a população civil”. /AFP, NYT, AP

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