PUBLICIDADE

Leilão de telefonia 3G supera expectativa e tem ágio de 273%

Somente nesta terça, Anatel arrecadou R$ 2,4 bi; as licenças da segunda área serão leiloadas nesta quarta

PUBLICIDADE

Por Gerusa Marques, Leonardo Goy e da Agência Estado

O leilão das cinco primeiras licenças de terceira geração da telefonia celular (3G), realizado nesta terça-feira, 18, superou todas as expectativas, chegando a ágios superiores a 200%. As empresas Vivo, TIM, Claro e Oi, arremataram as quatro licenças da primeira área, que compreende os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Sergipe. Elas pagarão ao todo R$ 1,9 bilhão, o que representa um ágio de 160,45% sobre a soma do preço mínimo de cada lote, que era de R$ 736,5 milhões. A maior disputa ficou em torno da 4ª licença, em que o ágio foi de 273,92%, arrematada pela Claro. A empresa pagou R$ 612 milhões, preço que ficou R$ 448.330.279,79 acima do preço mínimo. VEJA TAMBÉMEntenda a tecnologia 3GLink - Para quem vale a pena optar pelo 3G?Internet em celular deve ser 70% em 20123G da Claro começa a funcionar em SP Somente nesta terça, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) arrecadou R$ 2,4 bilhões. O apetite voraz dos competidores pelas freqüências fez com que a agência elevasse a sua previsão de ágio total para 100%. Com isso, deverão ser arrecadados R$ 5,6 bilhões para os cofres do governo federal com todas as 44 licenças. Para licitar a primeira área, a Anatel levou mais de oito horas. Somente depois das 18 horas desta terça é que a agência iniciou a licitação das licenças da segunda área, que corresponde hoje à região da Brasil Telecom, nas regiões Sul, Centro-Oeste e parte da Região Norte. A primeira licença nesta região foi arrematada pela Vivo, por R$ 528,2 milhões, o que representa um ágio de 132,2%. Depois desta, a licitação foi suspensa para ser retomada nesta quarta. As freqüências da 3G são tão concorridas porque representam uma nova oportunidade de negócios para as operadoras, com a oferta da banda larga. A tecnologia da terceira geração amplia a capacidade do celular, que passa a exercer novas funções, como um computador portátil que se conecta à internet em alta velocidade, exibindo vídeos e imagens de televisão. Também pode servir como localizador, indicando o caminho mais próximo ao destino final, e como banco móvel, substituindo o cartão de crédito. Nem o presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg, acreditava em ofertas tão ousadas dos investidores. No início da manhã de ontem, ele fez uma previsão cautelosa de que o ágio total representaria R$ 700 milhões acima do preço mínimo de R$ 2,8 bilhões estabelecido para todas as licenças. Até a previsão mais otimista, de R$ 1,2 bilhão de ágio, feita pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, na segunda-feira, foi alcançada já com a venda da quarta licença. Leilão A primeira licença foi vencida pela Vivo nesta manhã, no leilão promovido em Brasília. A proposta vencedora foi de R$ 310,3 milhões, o que representou um ágio de 89,62% sobre o preço mínimo, de R$ 163,7 milhões. A companhia disputou a licença por mais de uma hora com a Nextel. Claro, Oi e TIM também chegaram a apresentar ofertas, mas saíram logo no início. O leilão prossegue com a terceira licença desta mesma área, compreendendo os quatro Estados citados. A Oi arrematou a segunda licença de 3G da área 1. A empresa pagará pela licença R$ 467,9 milhões, o que representa um ágio de 90,59% sobre o preço mínimo, que era de R$ 245.504.508,31. A disputa durou quase duas horas e participaram dos lances, além da Oi, as empresas Claro, TIM e Nextel. A terceira licença ficou com a TIM, que ofereceu R$ 528 milhões e arrematou a terceira licença, com ágio de 222,6% sobre o preço mínimo, que é de R$ 163.669.720,21. As empresas Vivo, Oi, TIM e Claro terão que ampliar a cobertura dos serviços para 238 municípios que ainda não dispõem de redes de telefonia móvel. A cobertura no interior é uma das principais metas de universalização determinadas pela Anatel. A exigência é de que as operadoras de 3G levem, em dois anos, a telefonia celular a todos os municípios que ainda não são atendidos pelo serviço. Para isso, elas poderão usar a tecnologia convencional, que é menos moderna que a 3G. Do total dos municípios que ainda não têm celular nesses quatro Estados, 208 são da Bahia (metade dos municípios baianos), 28 em Sergipe (38% do total do Estado) e dois no Espírito Santo. No Rio de Janeiro, a cobertura já é de 100%. As empresas terão que começar a operar a 3G, em 2008, pelas capitais e cidades com mais de 500 mil habitantes. As quatro empresas que arremataram as licenças já operam a telefonia convencional nesta área, com 22 milhões de celulares no total. A população conjunta dos quatro Estados chega a 35 milhões de habitantes. São Paulo O superintendente dos Serviços Privados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Jarbas Valente, disse no final da tarde desta terça-feira, 18, que o leilão das licenças de terceira geração da telefonia celular referente à Região Metropolitana de São Paulo e do interior do Estado deve ficar para a quarta. A Anatel está levando, em média, duas horas para concluir o leilão de cada licença, e a previsão é de que hoje a agência consiga licitar apenas as licenças da área 1 (Rio de Janeiro, Bahia, Espírito e Sergipe) e as da área 2 (Região Sul, Região Centro-Oeste e parte da Região Norte). Ao todo, são 44 licenças que estão sendo vendidas, distribuídas em 11 áreas de atuação. A expectativa é a de que o leilão desta terça (áreas 1 e 2) se estenda até por volta das 22 horas. Hélio Costa Em entrevista ao O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira, 17, um dia antes do leilão, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, previu um ágio total de cerca de 40% sobre o preço mínimo estabelecido pela Anatel. "A última informação que eu tive é de que já passam de R$ 4 bilhões", disse, sobre a expectativa de arrecadação com a venda das freqüências. Segundo ele, o governo estimava que todas as licenças seriam vendidas, mas que não haveria ágio. Os lances, portanto, ficariam restritos ao preço mínimo, que é de R$ 2,8 bilhões. "O governo achava que a arrecadação seria de R$ 2,8 bilhões e, de repente, a coisa explodiu", afirmou o ministro, ressaltando que o mercado brasileiro de telecomunicações é muito atrativo. A tecnologia 3G amplia a capacidade do celular, permitindo às operadoras oferecerem serviços de banda larga. A conexão à internet em alta velocidade transforma o celular em uma espécie de computador portátil, possibilitando enviar e baixar arquivos mais pesados, como vídeos, fotos e músicas. Na avaliação de técnicos do setor, as maiores empresas - como Vivo, TIM e Claro - deveriam comprar licenças em todas as áreas para garantir uma atuação nacional na nova tecnologia. Executivos das próprias empresas já declararam que as freqüências de 3G são essenciais para a ampliação do negócio. Atualmente no País, existem 116,3 milhões de telefones móveis, e a previsão da Anatel é de que o ano encerre com 118,9 milhões de celulares, no mínimo. Texto ampliado às 20h27

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.