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Eletrobrás prevê leilão das usinas do Tapajós para junho de 2010

Por Denise Luna (Broadcast)
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O governo pretende realizar a licitação da concessão do complexo hidrelétrico no rio Tapajós (PA) em junho de 2010, informou o presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz Lopes, que confirmou o leilão da usina hidrelétrica de Belo Monte, também no Pará, para setembro de 2009, apesar da crise. Belo Monte, no rio Xingu, terá capacidade para gerar 11,2 mil megawatts e o complexo de Tapajós, composto por cinco usinas --São Luiz de Tapajós, Jatobá, Cachoeira dos Patos, Jamanxim e Cachoeira do Caí--, 10,6 mil megawatts. "A primeira a ser licitada será a usina de São Luiz de Tapajós (6.300 MW)", informou Lopes. O complexo de Tapajós, projeto elaborado na década de 1990 e orçado em torno dos 30 bilhões de reais, vai empregar os sistema de hidrelétrica-plataforma, ou seja, construída no meio da mata e sem formação de cidades em volta, o que trará menor impacto ao meio ambiente, segundo Lopes. "Não vai ter vila em volta como nas outras (hidrelétricas), a obra será feita pelos rios e só quem trabalha na usina fica lá, depois volta, como no sistema de plataformas", explicou o executivo que entrou na empresa no início do ano com a tarefa de transformá-la em "uma Petrobras", a pedido do ministro de minas e Energia, Edison Lobão. Depois de ser elevada a grau de investimento, a Eletrobrás listou ações na bolsa de valores de Nova York e caminha para atuações internacionais, como ocorre neste momento no Peru. "Estamos lá estudando seis das 15 hidrelétricas que o ministro anunciou", disse Lopes sobre anúncio feito por Lobão em maio, de que os dois países iam construir 15 hidrelétricas em território peruano para vender energia ao Brasil. Em meio à crise, Lopes afastou qualquer abalo à saúde financeira da holding e disse brincando que poderia inclusive emprestar recursos à Petrobras, devido à sua folga de caixa. DIVIDENDOS EM 2009 Por este motivo, Lopes disse também estar confiante no pagamento em 2009 dos dividendos retidos de acionistas da Eletrobrás na década de 1970, uma dívida histórica e que já ultrapassa os 8 bilhões de reais. "Precisa de um crédito especial, entrar no orçamento, levar em conta o superávit fiscal, mas tenho certeza que vamos vencer os obstáculos", afirmou. Do total devido aos acionistas, a maior parte se refere a ações do próprio governo federal, montante que será recapitalizado na própria empresa, segundo Lopes. A fatia para os minoritários, que podem receber em dinheiro, ficaria entre 1 e 2 bilhões de reais, estimou Lopes. Lopes disse estar otimista com o próximo ano para o setor elétrico, apesar da previsão da queda de consumo. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) anteriormente estimava uma alta de 5,8 por cento no consumo e agora prevê 5,2 por cento. Ele explicou que o modelo implantado pelo governo para os leilões de energia garante uma tarifa fixa previamente acordada e um volume vendido. "Não tenho variação de fluxo de caixa porque a receita está definida, a energia está vendida (nos leilões do governo), tenho belos empreendimentos, obras maravilhosas... a Eletrobrás tem um ano promissor", disse Lopes. O executivo viaja na quarta-feira para a Alemanha para assinar um financiamento de 37 milhões de euros para a Eletrosul, umas das suas subsidiárias. Segundo ele, a Eletrobrás tenta também financiamento de 500 milhões de dólares com o Banco Mundial.

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